11,8 milhões vivem em unidades de conservação no Brasil
Dado do Censo 2022 foi divulgado hoje pelo IBGE
Redação, com informações da Agência Brasil
11/07/2025
Mais de 11,8 milhões de pessoas vivem em áreas de conservação ambiental no Brasil, o que representa 5,82% da população do país. O dado inédito faz parte de um suplemento do Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O instituto identificou que o Brasil tem 2.365 unidades de conservação, sendo 1.138 (48,11%) habitadas. Em 1.227 não foi identificada a presença de residentes. Por ser a primeira vez que o IBGE coleta as informações, não é possível fazer comparações com censos anteriores.
As unidades de conservação visitadas pelos recenseadores se dividem entre unidades de proteção integral - que reúnem áreas como reservas biológica, parques e monumentos naturais – e unidades de uso sustentável - que congregam regiões como florestas, reservas extrativistas, de fauna e áreas de proteção ambiental (APA).
Do total de unidades, 861 são de proteção integral e 1.504, de uso sustentável. A pesquisa identificou que 98,73% dos moradores se situam nas unidades de uso sustentável.
Características
Dos quase 12 milhões de moradores das áreas de preservação, 9,3 milhões estão em áreas urbanas (78,71%), e 2,5 milhões (21,29%) em regiões rurais. Para efeito de comparação, considerando a população brasileira como um todo, são 87,41% em zonas urbanas e 12,59% em zonas rurais.
As áreas de conservação podem ser administradas nas esferas federal, estadual e municipal. O suplemento do Censo 2022 aponta que a maior parte dos moradores (66,47%) vivem em regiões de administração estadual.
Cor ou etnia
O IBGE apresentou uma classificação étnico-racial da população (cor ou raça, pessoas indígenas e pessoas quilombolas) que vive em área de preservação ambiental. O estudo revela que os pardos são mais da metade dos habitantes:
- Pardos: 51,12%
- Brancos: 35,82%
- Pretos: 11,92%
- Quilombola: 2,39%
- Indígena: 1,12%
O total supera 100% pois indivíduos que se identificam como indígenas ou quilombolas podem também se apontar como integrante de outros grupos.
Percebe-se que, enquanto os pardos são mais da metade (51,12%) dos habitantes dessas áreas, representam 45,34% da população brasileira. Já os brancos, que são 43,46% da população do país, representam pouco mais de um terço (35,82%) dos moradores dessas regiões.
O IBGE apurou que 7,84% da população indígena reside em unidades de conservação (132,8 mil pessoas). Entre os quilombolas, são praticamente um em cada cinco (21,22%), agrupando 282,2 mil pessoas.
Condição dos domicílios
Os lares dos moradores das unidades de conservação apresentam piores características em relação à população geral.
A pesquisa mostra que 40,34% dos residentes viviam em domicílios onde havia pelo menos uma precariedade relacionada ao abastecimento de água, à destinação do esgoto ou à coleta de lixo. Na população brasileira, essa proporção é de 27,28%.
O estudo mostra ainda que 7,31% dos habitantes residiam em lares em que existiam conjuntamente as três formas de precariedade (água, lixo e esgoto). Isso representa mais que o dobro da proporção (3%) do país como um todo.
Especificamente em relação ao abastecimento de água, o Brasil tem 93,95% da população com casa na rede geral de distribuição, tem poço, fonte, nascente ou mina encanada até dentro do domicílio. Nas áreas de conservação, esse índice cai para 87,54%.
Em relação ao esgotamento sanitário, 24,26% dos habitantes convivem com precariedade, como fossa rudimentar, buraco, vala, ou sem esgotamento. Nas áreas delimitadas, a proporção sobe para 36%.
Cerca de 90% da população brasileira têm coleta direta ou indireta de lixo. Nas áreas de conservação, são 83,62%.
Redação, com informações da Agência Brasil