6G: A NOVA ERA DA CONECTIVIDADE SE APROXIMA
A TECNOLOGIA PROMETE TRANSFORMAR DESDE O USO DIÁRIO DE CELULARES ATÉ OPERAÇÕES CRÍTICAS EM EMPRESAS
João Carlos
12/08/2025
O 6G ainda está em fase de testes e padronização, mas já movimenta os principais centros de pesquisa e as maiores empresas de tecnologia do mundo. A previsão é que essa nova geração de redes móveis comece a chegar ao mercado no fim da década, entre 2029 e 2030, oferecendo muito mais do que apenas internet mais rápida.
De acordo com publicações especializadas, a corrida pela tecnologia é global. Coreia do Sul e Japão saem na frente com testes experimentais liderados por gigantes como Samsung e NTT Docomo. China investe pesado, incluindo o lançamento de satélites dedicados ao 6G. Nos Estados Unidos e na Europa, empresas como Ericsson, Nokia, Qualcomm e Intel trabalham lado a lado com universidades e órgãos reguladores. Já a Índia criou a Bharat 6G Alliance, apostando em inteligência artificial integrada e cobertura ubíqua.O ministro das Comunicações, Jyotiraditya Scindia, declarou que o país pretende responder por 10 % das patentes mundiais até 2027, fruto de uma estratégia coordenada que reúne universidades, startups e governo.
O que dizem os pesquisadores?
O professor Anand Sharma, da MNNIT na Índia, compartilhou que seu time, em parceria com outras universidades, está desenvolvendo uma antena capaz de alcançar velocidades de até 1 terabyte por segundo, com tecnologia totalmente nacional.
Enquanto isso, o cientista Edward Knightly, da Rice University (EUA), comemora um avanço experimental: o desenvolvimento de um "link curvo" para Wi‑Fi 6G, que contorna obstáculos físicos com feixes que “curvam” automaticamente.
Quais serão os impactos da tecnologia?
Quando chegar aos usuários, o 6G deverá mudar radicalmente a relação das pessoas com o celular. Downloads e uploads serão praticamente instantâneos, jogos e conteúdos em realidade aumentada ou virtual funcionarão sem qualquer atraso e chamadas em holograma poderão ser feitas em tempo real. A integração com redes via satélite deve garantir cobertura estável até em locais mais remotos, eliminando de vez as chamadas “áreas de sombra”.
O impacto também será profundo no setor corporativo. Indústrias poderão operar linhas de produção automatizadas com monitoramento em tempo real; hospitais terão condições de realizar cirurgias remotas com precisão milimétrica; empresas de logística rastrearão cargas com atualização instantânea; e no campo, sensores e drones controlarão lavouras e recursos hídricos com eficiência inédita. Até a segurança pública poderá se beneficiar com sistemas integrados de câmeras inteligentes e resposta imediata.
Mais do que velocidade, o 6G deverá incorporar sensoriamento integrado — redes capazes de “perceber” o ambiente, identificar objetos, gestos e movimentações — e inteligência artificial nativa, que ajudará a gerenciar automaticamente o tráfego de dados, reduzir o consumo de energia e ampliar a segurança contra ataques virtuais.
Se as promessas se confirmarem, o 6G não será apenas um novo padrão de conexão, mas um salto para um ecossistema hiperconectado, em que tecnologia, pessoas e empresas estarão integrados de forma mais inteligente, rápida e segura do que nunca.