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A influência da ação humana no cenário ambiental que o mundo se encontra

As chuvas fortes e secas intensas causam cada vez mais destruição

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Você já parou para pensar na situação climática do nosso país? Chega a ser um pouco assustador o quanto o meio ambiente é impactado pelas nossas ações. As práticas humanas têm sido um fator determinante na intensificação das tragédias.

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Se não houver uma conscientização sobre isso, estaremos fadados a enfrentar cada vez mais desastres ambientais. E é isso que o Fórum de Mudanças Climáticas procura fazer, conscientizar a população. “A nossa preocupação é ir envolvendo a sociedade brasileira, os movimentos, as organizações sociais nesse debate, tanto no nível micro, assim como em outros âmbitos mais nacionais e globais”, explica Talita Guimarães, membro da coordenação da Rede Jubileu.

Seguindo nessa linha, podemos citar alguns desastres climáticos que são consequências de ações, ou da falta de ações humanas.

O primeiro exemplo é a dramática série de incêndios que queimou um quarto do Pantanal brasileiro no segundo semestre de 2020. Estudos apontam que a área queimada no Pantanal nessa época supera em 10 vezes a área de vegetação natural perdida em 18 anos.

E esse ano, os incêndios atacaram o Pantanal de forma agressiva mais uma vez. Antes mesmo de o mês de junho chegar na metade, os incêndios já haviam batido dois recordes em números.

O primeiro foi a seca. Segundo dados da Marinha do Brasil, os valores mensais medidos neste ano em Ladário (MS), onde fica a principal régua do rio Paraguai, foram os menores de toda história.

E como é de se esperar, com a seca veio o fogo. Na primeira quinzena de junho, os focos de incêndio registrados foram os mais numerosos para o mês, também batendo o recorde de todos os valores já registrados desde o primeiro, em 1998.

Mas e aí? Dava para prever essa seca que alastrou tanto fogo pela região?

De acordo com o professor Paulo Artaxo, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), a resposta para essa pergunta é sim. Para ele, essa tragédia já estava prevista e anunciada.

Em maio deste ano, a Agência Nacional de Águas (ANA) já havia declarado situação crítica de escassez hídrica na região.

O climatologista Paulo Artaxo tem um ponto de vista bem forte sobre isso. Segundo ele, essa antecipação já poderia ter sido prevista a partir do momento que o Rio Grande do Sul enfrentou chuvas intensas. O professor defende que uma consequência possível do fenômeno climático que provocou a tragédia no Sul foi justamente a seca adiantada no Pantanal.

Ainda de acordo com ele, o que faltou foi ação.

É preciso agir na raiz do problema e olhar para a parcela da população que nem sempre é contemplada nos projetos políticos voltados para o clima. “Qual é a solução para São Paulo? Por exemplo, agora no verão último, aqui em São Paulo, nós tivemos temperaturas gigantescas. E a população que mais sofreu com isso? População em situação de rua. Qual a solução do prefeito aqui em São Paulo? Qual a política pública para esse enfrentamento? Não há uma política pública, há um paliativo, mas não resolve o problema da população em situação de rua, não vai na raiz do problema”, conclui Rosilene.

E claro, outro desastre que precisa ser analisado são as chuvas intensas que aconteceram no Rio Grande do Sul.

Chega a 364 o número de municípios gaúchos atingidos por fortes chuvas |  Agência Brasil
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As enchentes e alagamentos atingiram 2,3 milhões de pessoas. A cada 10 gaúchos, dois sofreram com o impacto das chuvas. Milhares tiveram suas casas, móveis e eletrodomésticos destruídos. O número de mortos chega perto dos 200, sem contar com os desaparecidos. As cidades atingidas chegaram a 463 (93% do total). Cerca de 180 mil pontos ficaram sem energia elétrica.

Mas quando começou o desastre? Antes de todo o desdobramento das chuvas, antes da tragédia realmente estourar, já havia indícios e avisos sobre o que poderia estar por vir.

Desde o dia 27 de abril, áreas no Vale do Rio Pardo vinham sofrendo com fortes chuvas e granizo. Então, em 29 de abril, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu o primeiro alerta vermelho de volume elevado de chuva.

Uma tragédia dessa magnitude não é apenas um acidente natural. Essas chuvas foram resultado de uma série de fatores: uma massa de ar quente, que bloqueia a frente fria na região Sul e a influência do fenômeno El Niño, responsável por aquecer as águas do Oceano Pacífico.

Acontece que tudo isso foi potencializado pelo aquecimento global, que torna os eventos climáticos mais frequentes e cada vez mais intensos.

E não foi por falta de aviso.

Esses números altíssimos e as imagens chocantes podem gerar uma impressão de raridade, mas não é o caso. Já era sabido que algo assim poderia acontecer. E se continuarmos sem tratar dos problemas, eles vão continuar acontecendo.

Mais uma vez, considerando a influência da ação humana em tudo isso, caímos no debate sobre a inclusão da sociedade nas decisões climáticas.

Talita Guimarães reforça a visão da Rede Jubileu e do Fórum de Mudanças Climáticas sobre essa questão. “Isso é um lema da própria rede, não cair em falsas soluções. E para a gente não cair em falsas soluções, a gente tem que debater com a sociedade e fazer com que, de fato, a política em torno da mudança climática atenda as periferias de São Paulo, por exemplo, que não estão nesse debate”.

A ciência alerta há muito tempo que o aumento da ocorrência de eventos extremos é uma das principais consequências das mudanças climáticas. Por exemplo, se sabe faz tempo que o desmatamento e o aquecimento global são os dois principais fatores que pioram as secas e chuvas intensas.

Um projeto chamado “Brasil 2040”, encomendado em 2015, alertava para os riscos de enchentes no Rio Grande do Sul. Ele também mencionava as vulnerabilidades do agronegócio e das hidrelétricas, o que batia de frente com os planos de expansão elétrica do governo.

Além disso, um levantamento feito pela Agência Pública contabilizou que, ao longo do ano passado, o governo federal reconheceu decretos desse tipo 1.073 vezes. 433 deles foram em municípios gaúchos, o que corresponde a cerca de 40% do total.

Portanto, fica aqui um questionamento: se havia indícios apontando para essas grandes tragédias, talvez seja necessário levar mais à sério os fatos que evidenciam futuros desastres climáticos, não?

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Escrito por Maria Leite

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