África do Sul enviou autoridades aos EUA para negociação comercial, diz presidente
África do Sul enviou autoridades aos EUA para negociação comercial, diz presidente
Reuters
09/09/2025
JOANESBURGO (Reuters) - A África do Sul enviou autoridades aos Estados Unidos para se preparar para negociações comerciais, após tentar durante meses fechar um acordo com o governo Trump para reverter tarifas elevadas sobre seus produtos, disse nesta terça-feira o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa.
O presidente dos EUA, Donald Trump, impôs uma tarifa de 30% sobre as importações da economia mais desenvolvida da África no mês passado, depois que o governo de Ramaphosa fez várias tentativas malsucedidas de propor um acordo comercial.
'A Presidência e o Departamento de Comércio, Indústria e Concorrência enviaram representantes... que estão se preparando para novas negociações formais com o governo dos Estados Unidos, que devem ocorrer em poucos dias', disse Ramaphosa ao parlamento.
Ele afirmou ainda que as autoridades sul-africanas se encontrariam com representantes do governo Trump, com legisladores e empresários em Nova York e Washington.
O Gabinete do Representante Comercial dos EUA não respondeu imediatamente a um pedido da Reuters para confirmar as negociações.
Nos dias que antecederam a implementação das tarifas, autoridades sul-africanas afirmaram que Washington não havia respondido às suas ofertas, nem se sentado à mesa de negociações. Elas apresentaram uma proposta revisada para o acordo comercial há um mês.
Ramaphosa citou os recursos minerais da África do Sul, particularmente minerais essenciais, e disse que as discussões com os EUA giravam em torno disso.
'Mesmo que queiramos exportar os minerais essenciais, queremos que eles saiam das costas da África do Sul como produtos acabados... Então esse é o tipo de discussão que estamos tendo com eles', afirmou.
A relação da África do Sul com os EUA atingiu seu pior momento diplomático este ano devido a uma série de questões, incluindo as acusações infundadas de Trump de perseguição do país africano contra a minoria branca. Essas alegações levaram à criação de um programa de refugiados para sul-africanos brancos.
O ministro da Agricultura, John Steenhuisen, disse à Reuters no mês passado que, para garantir tarifas mais baixas, a África do Sul pode precisar abordar algumas das críticas de Trump, incluindo sua oposição às leis de ação afirmativa destinadas a corrigir a discriminação racial da era do apartheid.
(Reportagem de Sfundo Parakozov e Alexander Winning; texto de Nellie Peyton)
Reuters

