Aliança da UE no Pacífico não substituirá OMC, afirmam autoridades do bloco
Aliança da UE no Pacífico não substituirá OMC, afirmam autoridades do bloco
Reuters
27/06/2025
Por Philip Blenkinsop
BRUXELAS (Reuters) - O plano da União Europeia para cooperar com os países do Pacífico tem como objetivo superar algumas das dificuldades da Organização Mundial do Comércio (OMC), mas não busca substituí-la, disseram autoridades da UE nesta sexta-feira.
A OMC está lutando por sua relevância à medida que as tensões geopolíticas aumentam e os Estados Unidos impõem tarifas comerciais unilaterais, desrespeitando seus compromissos com a OMC.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse a repórteres na noite de quinta-feira que a 'cooperação estruturada' com o Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífico (CPTPP), formado por 12 nações, poderia ser considerada 'como o início da reformulação da OMC'.
O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, foi além, dizendo que o novo grupo comercial pode substituir gradualmente a OMC.
Na sexta-feira, entretanto, as autoridades da UE disseram que o plano não implica a criação de um rival para a OMC.
Em vez disso, a Comissão disse que a cooperação com a CPTPP é uma forma de avançar em um sistema comercial moderno e baseado em regras, num momento em que a OMC precisa urgentemente de reformas.
'Estamos trabalhando em estreita colaboração com parceiros que pensam da mesma forma, incluindo os países da CPTPP, para promover uma reforma significativa e baseada em regras que defenda um comércio global justo e aberto', afirmou em um comunicado.
Uma área de trabalho pode ser a criação de um sistema para resolver disputas, necessário porque os Estados Unidos bloquearam as nomeações para o Órgão de Apelação da OMC, o árbitro final do comércio global.
A cooperação UE-CPTPP também seria projetada para enviar um sinal político de que um grande número de países apoia o comércio global aberto e baseado em regras.
O CPTPP é um acordo de livre comércio de 12 nações entre Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã, ao qual o Reino Unido aderiu no final do ano passado.
Reuters