Tarifa residencial da Enel SP tem reajuste de 13% e pode pressionar IPCA de julho
Tarifa residencial da Enel SP tem reajuste de 13% e pode pressionar IPCA de julho
Reuters
01/07/2025
Atualizada em 01/07/2025
SÃO PAULO (Reuters) - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira um reajuste tarifário médio de 13,94% para a distribuidora Enel São Paulo.
O reajuste anual da concessionária passa a vigorar a partir de 4 de julho e terá efeitos distintos por classes de consumidores. As residências, ligadas em baixa tensão, perceberão um aumento tarifário de 13,26%, enquanto consumidores ligados em alta tensão terão alta de 15,77%.
A alta tende a pressionar a inflação de julho, já que a distribuidora paulista representa cerca de 80% da amostra pesquisada pelo IBGE no Estado e é responsável por quase um terço do peso do IPCA, apontou a corretora Warren Rena em nota nesta terça-feira.
A Warren estima um impacto de 4 pontos-base no IPCA de julho considerando o reajuste residencial de 13,26% da tarifa da Enel São Paulo, o que elevou a projeção do índice inflacionário do mês de 0,25% para 0,30%. Para o acumulado do ano, a estimativa passou de 4,91% para 4,95%.
A Enel São Paulo é uma das maiores concessionárias de distribuição de energia do país, atendendo 8 milhões de unidades consumidoras na capital paulista e região metropolitana, com um faturamento anual na ordem de R$22 bilhões.
Segundo a Aneel, um dos itens que mais impactaram a alta tarifária foram os encargos setoriais, com efeito de 6,44% sobre o índice de reajuste. Houve um aumento de 30% no encargo da CDE USO, que financia uma série de políticas públicas, como a tarifa social de energia, que teve seu benefício ampliado pelo governo neste ano, observou a Warren.
Também pressionou o reajuste anual a retirada de componentes financeiros que haviam sido contabilizados no reajuste anterior, com efeito de 7,97%. Já a chamada 'parcela B', que corresponde a custos gerenciáveis pelas distribuidoras de energia, respondeu por 1% do reajuste.
(Por Letícia Fucuchima, com reportagem adicional de Gabriel Araujo)
Reuters