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Apoiadores de Trump viram bandeiras dos EUA de cabeça para baixo em protesto contra veredito

Apoiadores de Trump viram bandeiras dos EUA de cabeça para baixo em protesto contra veredito

Reuters

31/05/2024

Placeholder - loading - Bandeira americana invertida tremula na casa de Don Tapia, um doador de Trump e seu ex-embaixador na Jamaica, em Paradise Valley, Arizona, EUA 30/05/2024 Don Tapia/Handout via REUTERS
Bandeira americana invertida tremula na casa de Don Tapia, um doador de Trump e seu ex-embaixador na Jamaica, em Paradise Valley, Arizona, EUA 30/05/2024 Don Tapia/Handout via REUTERS

Por Tim Reid e Alexandra Ulmer e Helen Coster

WASHINGTON (Reuters) - Bandeiras norte-americanas de ponta-cabeça foram vistas nesta sexta-feira em frente a casas e nas redes sociais nos Estados Unidos em apoio ao ex-presidente Donald Trump, após um júri de Nova York proferir um veredicto histórico condenando o republicano.

A congressista norte-americana Marjorie Taylor Greene e o cantor country Jason Aldean estavam entre os famosos que exibiram a bandeira de cabeça para baixo.

Popular entre apoiadores fiéis ao político desde a sua derrota na eleição de 2020, o símbolo de protesto no país há mais de 200 anos explodiu nas redes sociais pró-Trump após o veredicto considerando-o culpado, na quinta-feira, por falsificar documentos para encobrir o pagamento de um suborno a uma atriz pornô para influenciar ilegalmente a eleição de 2016.

Minutos após o veredicto, Greene postou a bandeira invertida na sua conta na rede social X. Até a tarde desta sexta-feira, mais de 8 milhões de pessoas visualizaram a publicação.

Aldean publicou uma bandeira invertida em sua conta do Instagram, dizendo: 'Tempos assustadores no nosso país neste momento, cara'. E acrescentou: 'Se há uma hora de soltar o verbo, É AGORA. Não se enganem. Estamos encrencados'.

Don Tapia, ex-embaixador de Trump na Jamaica e doador do Partido Republicano, colocou uma bandeira invertida em frente à sua casa, no Arizona. Ele afirmou que recebeu ligações em apoio e que motoristas buzinavam ao passar pelo local: 'Vou mudar no domingo para a bandeira normal', afirmou ele à Reuters por mensagem de texto. Uma filial de Miami dos Proud Boys, grupo militante de extrema-direita, postou uma bandeira invertida no Telegram. Eles foram seguidos por um grupo semelhante chamado Patriot Voice, com as palavras: 'Extremamente angustiados'. Em segmentos da rede de apoio a Trump na internet, apoiadores demandavam tumultos, revolução e resposta violenta. A simbólica inversão da bandeira chamou a atenção de todo o país quando o jornal The New York Times informou, em meados de maio, que o símbolo de ponta-cabeça foi hasteado em frente à casa do juiz da Suprema Corte Samuel Alito, semanas após o dia 6 de janeiro de 2021, quando o Capitólio foi atacado por apoiadores de Trump que protestavam contra a derrota do político na eleição de 2020. Alito, um conservador indicado à corte pelo ex-presidente George W. Bush, um republicano, disse ao jornal que “não teve envolvimento algum no hasteamento da bandeira”. Segundo ele, sua esposa tomou a decisão de realizar o ato em resposta a uma contenda no bairro.

Primeiro ex-presidente a ser condenado por um crime, Trump disse nesta sexta-feira que recorrerá do veredicto. Ele está em uma disputa acirrada com o presidente democrata Joe Biden antes da revanche eleitoral de 5 de novembro.

A bandeira de cabeça para baixo foi usada pela primeira vez nos anos 1700, por marinheiros, para sinalizar perigo, disse o historiador Timothy Naftali. Desde então, o ato ganhou um já antigo simbolismo político tanto para a esquerda quanto para a direita. Ele foi usado pelo movimento contra a escravidão, em meados do século 19, e também por manifestantes contrários à Guerra do Vietnã, na década de 1960, afirmou Naftali, profesor da Escola de Assuntos Internacionais e Públicos da Universidade de Columbia.

Ele chama a atenção para a ironia ao fato de que quando os manifestantes da Guerra do Vietnã invertiam a bandeira ou a queimavam, os republicanos geralmente criticavam isso.

'Vivemos em uma época em que as conspirações mais profundas e virulentas sobre a natureza de nossa Constituição estão à direita. Inverter a bandeira faz parte disso', disse ele.

Uma bandeira invertida dos EUA foi hasteada por algumas pessoas que protestavam contra o assassinato de George Floyd, um homem negro, por um policial branco de Minnesota em 2020.

Ela também foi carregada por pessoas que protestavam contra a decisão da Suprema Corte dos EUA em 2022 de acabar com o direito federal ao aborto. (Reportagem de Tim Reid em Washington, Alexandra Ulmer em São Francisco e Helen Coster em Nova York)

Reuters

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