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Apoio ao ANC cai, e África do Sul se encaminha para formação de coalizão

Apoio ao ANC cai, e África do Sul se encaminha para formação de coalizão

Reuters

31/05/2024

Placeholder - loading - Centro Nacional de Operações de Resultados da Comissão Eleitoral da África do Sul 30/05/2024 REUTERS/Alet Pretorius
Centro Nacional de Operações de Resultados da Comissão Eleitoral da África do Sul 30/05/2024 REUTERS/Alet Pretorius

Por Tannur Anders e Bhargav Acharya e Nqobile Dludla

MIDRAND, África do Sul (Reuters) - Partidos da África do Sul se preparavam nesta sexta-feira para negociações para a formação de uma coalizão, já que a atual legenda governista, o Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) deve ficar sem maioria pela primeira vez em 30 anos de democracia.

Embora o partido do falecido líder Nelson Mandela pareça continuar como a maior força política do país após a eleição de quarta-feira, os eleitores parecem ter punido o ex-movimento pela libertação por anos de declínio econômico, que jogou muitas pessoas na pobreza.

Com resultados aferidos em quase 70% das zonas eleitorais, o ANC tinha 41,8% dos votos, uma grande queda em relação aos 57,5% obtidos na última eleição nacional, em 2019.

A legenda e o país terão agora de entrar em um período de criação de uma coalizão, algo sem precedentes na era democrática, com potenciais aliados indo desde a Aliança Democrática, uma legenda pró-mercado, a partidos insurgentes de ex-membros do ANC que deixaram a legenda.

Investidores da economia mais industrializada da África esperam que as incertezas acabem rapidamente.

Entre potenciais parceiros da coalizão, a Aliança Democrática estava em segundo lugar, com 22,6%, enquanto o uMkhonto we Sizwe (MK), uma nova legenda liderada pelo ex-presidente Jacob Zuma, tinha 12,2%. Tal número retirou apoio do ANC, principalmente na província de Zuma, chamada KwaZulu-Natal.

O MK ficou à frente do Combatentes da Liberdade Econômica (EFF), de tendência marxista e atual terceira força no Congresso, que registrava 9,5% dos votos.

O balanço de votos vai determinar o número de assentos que as legendas terão na Assembleia Geral, que elege o próximo presidente.

O mandatário, no fim, pode continuar sendo o líder do ANC e atual presidente, Cyril Ramaphosa. O resultado ruim, contudo, pode alimentar discussões sobre a sua liderança. A vice-secretária-geral do ANC, Nomvula Mokonyane, afirmou que o mandatário não vai renunciar.

“Ninguém vai renunciar... Coletivamente, todos nós estamos confiantes de que ele (Ramaphosa) continuará como presidente do ANC”, afirmou ela a repórteres no centro de resultados eleitorais.

O ANC venceu todas as eleições presidenciais sul-africanas desde o pleito histórico de 1994, que acabou com o domínio da minoria branca. Mas, na última década, os sul-africanos viram a economia estagnar, o desemprego e a pobreza subirem e a infraestrutura do país se deteriorar, causando quedas regulares de energia elétrica.

(Reportagem adicional de Bate Felix)

Reuters

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