Após tarifas, EUA oferecem bilhões de dólares em investimentos em minerais no Congo
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Por Ange Kasongo
(Reuters) - Os Estados Unidos estão em negociações para investir bilhões de dólares no Congo, país rico em minerais, e querem ajudar encerrar um conflito que assola o leste do país, disse o conselheiro sênior do presidente Donald Trump para a África durante uma visita nesta quinta-feira.
A República Democrática do Congo, que possui vastas reservas de cobalto, lítio e urânio, entre outros minerais, tem lutado contra os rebeldes do M23, apoiados por Ruanda, que tomaram grande parte de seu território este ano.
Os Estados Unidos, que na quarta-feira causaram um choque em todo o mundo ao anunciar uma tarifa básica de 10% sobre todas as importações, afirmaram no mês passado que estão abertos a explorar parcerias com o Congo em relação a minerais essenciais após um senador congolês entrar em contato com autoridades americanas para apresentar um acordo de minerais em troca de segurança.
'Vocês ouviram falar de um acordo sobre minerais. Analisamos a proposta do Congo e (...) o presidente e eu concordamos com o caminho a seguir para o seu desenvolvimento', disse o conselheiro sênior dos EUA Massad Boulos depois de se reunir com o presidente do Congo, Felix Tshisekedi, em Kinshasa.
Os detalhes de qualquer possível acordo, ou a proposta do Congo, não foram divulgados na quinta-feira.
Os minerais do Congo, que são usados em telefones celulares e carros elétricos, são atualmente dominados pela China e suas empresas de mineração.
Não está claro como os EUA operarão no Congo, mas Boulos sugeriu que as empresas norte-americanas estarão envolvidas.
'Fique tranquilo, as empresas americanas estão operando de forma transparente e estimularão as economias locais. Esses são investimentos de vários bilhões de dólares', disse.
Joseph Bangakya, parlamentar congolês e presidente de um grupo legislativo de amizade entre o Congo e os EUA, disse à Reuters que seus colegas preparam um projeto de lei para promover o clima de negócios do país centro-africano.
'É essencial para o nosso país conseguir um acordo comercial com os Estados Unidos', afirmou.
Ele acrescentou que os EUA querem ajudar a forjar a paz no leste do país, onde milhares de pessoas foram mortas e centenas de milhares foram forçadas a fugir em meio ao avanço do M23, que tomou as duas maiores cidades do leste do Congo.
'Queremos uma paz duradoura que afirme a integridade territorial e a soberania da RDC', disse. 'Não pode haver prosperidade econômica sem segurança.'
Escrito por Reuters
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