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Aras defende regularidade de inquérito das fake news, mas pede que STF fixe balizas para limitar seu objeto

Aras defende regularidade de inquérito das fake news, mas pede que STF fixe balizas para limitar seu objeto

Reuters

10/06/2020

Placeholder - loading - Procurador-geral da República, Augusto Aras 02/10/2020 REUTERS/Adriano Machado
Procurador-geral da República, Augusto Aras 02/10/2020 REUTERS/Adriano Machado

Atualizada em  10/06/2020

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu a regularidade do inquérito das fake news que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), mas pediu que a corte fixe balizas para que a investigação 'não se eternize', tenha um objeto delimitado e que medidas invasivas contra investigados sejam informadas previamente ao Ministério Público.

'Precisamos apenas de balizas para que o objeto do inquérito das fake news não seja um objeto que caiba todas e quaisquer pessoas', disse Aras, em sustentação feita durante o julgamento virtual de uma ação que questiona a abertura da apuração que tem por objetivo investigar a divulgação de notícias falsas e ameaças contra ministros do STF.

Após sustentações de envolvidos no processo, o julgamento da ação foi interrompido para um intervalo e será retomado em seguida com o voto do ministro relator, Edson Fachin.

Em sua fala, Aras defendeu a legalidade da portaria que abriu o inquérito das fake news no ano passado, mas observou que o Supremo deve abrir 'tantos inquéritos' quanto forem necessários para apurar suspeitas de crimes cometidos contra integrantes do Supremo.

O procurador-geral disse que o 'direito sagrado' da liberdade de expressão não pode ser uma oportunidade para abusar dele. E fez uma defesa do Poder Judiciário.

'Nesta toada, não podemos permitir que uma instituição, o Poder Judiciário, o seu órgão de cúpula, seja atacado, sem que se tome as medidas necessárias, doa a quem doer', disse, ao acrescentar que não se pode 'passar incólume' contra cada fake news publicada.

LIBERDADE

Antes de Aras, o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), José Levi Mello, também disse que o inquérito das fake news é regular, mas fez uma série de ponderações à investigação ao defender, por exemplo, que não puna criminalmente a liberdade de expressão nem a liberdade de imprensa, inclusive e especialmente na internet.

Mello disse que, numa democracia saudável, é preciso assegurar uma plena liberdade de expressão e citou que atualmente há 'fontes alternativas' de informação por meio dos novos meios eletrônicos que tanto aproximam as pessoas, sejam elas jornalistas ou não.

O ministro defendeu que a Suprema Corte não pode negar dispor dos 'meios necessários' para o seu resguardo institucional.

Apesar da manifestação oficial da AGU, o presidente Jair Bolsonaro já fez críticas públicas ao inquérito, chamando-o de inconstitucional.

Na semana retrasada, essa investigação, conduzida pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, realizou busca e apreensão contra aliados de Bolsonaro.

Reuters

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