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AS ÚLTIMAS HOMENAGENS A BRIAN WILSON

O GÊNIO DOS BEACH BOYS QUE MOLDOU O ROCK AMERICANO E ETERNIZOU O SOM DAS ONDAS

João Carlos

19/06/2025

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Na quarta-feira, 11 de junho o mundo da música se despediu de um de seus maiores visionários. Brian Wilson, fundador dos Beach Boys e responsável por redefinir os rumos do pop e do rock norte-americano, nos deixou — mas sua obra permanece viva, tocando gerações com a mesma sensibilidade e beleza que marcaram sua trajetória. Dono de uma mente brilhante e de um coração profundamente sensível, Wilson transformou harmonias ensolaradas em poesia emocional, levando a surf music a um novo patamar artístico e espiritual.

Para os que cresceram ouvindo seus arranjos vocais celestiais e melodias nostálgicas, a perda é pessoal. E para quem apenas começa a descobrir seu legado, o encantamento é imediato. Nesta homenagem, revisitamos sua genialidade, suas dores e a maneira única com que ele moldou — com notas, silêncio e emoção — a história da música.

A reinvenção da surf music

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No início dos anos 60, o Beach Boys ganhou notoriedade com canções que capturavam o estilo de vida californiano: praias, carros e ondas. No entanto, o diferencial estava nos arranjos vocais complexos e na sofisticação musical conduzida por Brian Wilson. Mais do que cantar sobre o mar, ele começou a criar verdadeiros quadros sonoros emocionais, reinventando a chamada surf music com camadas harmônicas e texturas sonoras que rivalizavam com qualquer sinfonia pop da época.

O maestro de estúdio

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Wilson era muito mais do que um cantor ou compositor — ele era um produtor visionário. Ao gravar o álbum Pet Sounds (1966), considerado por muitos críticos como uma das maiores obras-primas da música pop, Brian elevou o nível da produção musical no rock. Com técnicas inovadoras, uso de instrumentos inusitados e uma obsessão quase perfeccionista por detalhes, ele influenciou diretamente artistas como Paul McCartney, que o descreveu como um dos maiores gênios musicais da história.

Genialidade e fragilidade

Por trás do talento extraordinário, Brian Wilson travava uma batalha silenciosa contra problemas de saúde mental, incluindo episódios de depressão profunda, ansiedade e esquizofrenia. Por anos, sua condição o afastou dos palcos e dos estúdios, mergulhando-o num período de reclusão e tratamentos controversos. Ainda assim, sua obra continuava sendo redescoberta e reverenciada por novas gerações.

A fase de ouro dos Beach Boys

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Entre 1962 e 1967, os Beach Boys viveram sua fase mais prolífica e criativamente intensa. Liderados por Brian Wilson, o grupo emplacou uma sequência de álbuns e singles que definiriam o som da Califórnia para o mundo. Hits como Surfin’ USA, California Girls e Wouldn’t It Be Nice dominaram as paradas e solidificaram a banda como a principal referência do rock ensolarado e vocalmente refinado.

Foi nesse período que Wilson concebeu Pet Sounds (1966), um álbum que mudou para sempre a maneira de se produzir música pop. Influenciado por Phil Spector, jazz, música clássica e até sons do cotidiano, Brian explorou timbres inéditos, efeitos de estúdio sofisticados e harmonias vocais de rara beleza. Pouco depois, ele mergulhou na criação do ambicioso — e por décadas inacabado — Smile, que virou lenda no imaginário da música psicodélica.

Mesmo com os conflitos internos e as pressões comerciais, a contribuição dos Beach Boys para o rock se consolidou como um marco de inovação. A voz e a mente de Brian eram o coração criativo de tudo isso.

Good Vibrations: a obra-prima da psicodelia pop

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Entre os grandes momentos da era dourada dos Beach Boys, destaca-se Good Vibrations, lançada em outubro de 1966. Mais do que um sucesso comercial — que alcançou o primeiro lugar nas paradas americanas e britânicas — a canção foi considerada por muitos como a síntese da genialidade de Brian Wilson em estúdio.

Com uma produção que levou mais de seis meses, Good Vibrations foi construída a partir de diversas sessões em diferentes estúdios, com mais de 90 horas de gravações. Brian chamou a faixa de seu "bolero psicodélico", usando o inovador instrumento theremin, camadas vocais densas e mudanças abruptas de ritmo que desafiavam os padrões da música pop da época.

A crítica saudou a canção como uma revolução sonora. E não à toa: Good Vibrations antecipou o espírito experimental de Smile, álbum que Wilson tentava concluir na época, e serviu de inspiração para artistas como os Beatles em Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.

Décadas depois, a faixa segue como um dos maiores exemplos do que a música pop pode alcançar quando guiada pela ousadia criativa e pela ambição artística.

As reuniões e a última apresentação com Brian Wilson

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Apesar das longas pausas e divisões internas, os integrantes remanescentes dos Beach Boys se reuniram algumas vezes ao longo dos anos. A mais marcante aconteceu em 2012, quando o grupo celebrou seu 50º aniversário com uma turnê mundial e o lançamento do álbum That’s Why God Made the Radio. Brian Wilson participou ativamente do projeto, emocionando fãs ao redor do mundo.

Nos anos seguintes, Wilson voltou a se apresentar com formações variadas, muitas vezes acompanhado por músicos jovens que reverenciavam seu legado. Sua última performance ao lado de outros Beach Boys ocorreu em um show especial em 2016, onde dividiu o palco com Al Jardine e outros antigos parceiros de estrada.

Mesmo com a saúde debilitada, Brian Wilson seguiu próximo da música até o fim. Em suas aparições públicas mais recentes, recebia homenagens calorosas e era tratado com reverência digna de um verdadeiro ícone cultural.

Homenagens e despedidas

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A notícia da morte de Brian Wilson causou comoção no mundo da música. Artistas contemporâneos, críticos e fãs manifestaram sua admiração nas redes sociais, celebrando sua influência revolucionária e sua contribuição definitiva para a identidade sonora dos Estados Unidos. Na Califórnia, fãs organizaram vigílias à beira-mar em sua homenagem — uma forma simbólica de agradecer ao homem que transformou o som das ondas em poesia harmônica.

Brian Wilson não apenas mudou a forma como ouvimos música. Ele mostrou que canções sobre juventude, amor e saudade podiam ser profundas, complexas e eternas. E mesmo após sua partida, sua música continua viva, tocando corações e inspirando artistas no mundo inteiro.

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