Ataque de hackers a bolsa de criptomoedas do Irã destrói US$90 milhões
Ataque de hackers a bolsa de criptomoedas do Irã destrói US$90 milhões
Reuters
18/06/2025
Por AJ Vicens e James Pearson
(Reuters) - Um grupo hacker anti-Irã com possíveis ligações com Israel anunciou um ataque a uma das maiores bolsas de criptomoedas do Irã nesta quarta-feira, destruindo cerca de US$90 milhões e ameaçando expor o código-fonte da plataforma.
O grupo, conhecido como Gonjeshke Darande, ou 'Pardal Predador', reivindicou autoria sobre o ataque, na segunda operação do grupo em dois dias. Na terça-feira, eles afirmaram ter destruído dados do Bank Sepah, banco estatal iraniano, em meio à intensificação das hostilidades entre Israel e Irã.
O ataque desta quarta-feira teve como alvo a Nobitex, uma das maiores corretoras de criptomoedas do Irã. Os hackers disseram que a plataforma supostamente ajuda o governo iraniano a driblar sanções e financiar operações ilícitas ao redor do mundo em uma mensagem publicada nas redes sociais do grupo.
A ofensiva começou nas primeiras horas da manhã, quando fundos foram transferidos para carteiras controladas pelos hackers que denunciavam a Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC), disse a empresa de análise de blockchain TRM Labs, que estimou o roubo em cerca de US$90 milhões.
O chefe de inteligência de segurança nacional da Chainalysis, Andrew Fierman, confirmou em um email à Reuters que o ataque envolveu cerca de US$90 milhões e provavelmente foi motivado geopoliticamente, já que o dinheiro foi destruído.
O site da Nobitex estava fora do ar nesta quarta-feira. Mensagens enviadas ao canal de suporte da empresa no Telegram não foram respondidas. O Gonjeshke Darande também não respondeu a pedidos de comentário.
A Nobitex afirmou em uma publicação no X que retirou seu site e aplicativo do ar enquanto investiga um 'acesso não autorizado' aos seus sistemas.
Gonjeshke Darande é um grupo de hackers já conhecido, com histórico de ataques cibernéticos sofisticados contra alvos no Irã. Em 2021, uma operação reivindicada pelo grupo causou interrupções generalizadas em postos de gasolina, e em 2022, um ataque a uma siderúrgica iraniana provocou um grande incêndio.
Israel nunca reconheceu formalmente estar por trás do grupo, embora a mídia israelense frequentemente classifique o Gonjeshke Darande como 'ligado a Israel'.
(Reportagem de AJ Vicens em Detroit e James Pearson em Londres)
Reuters