Ataque russo com mísseis mata 34 na Ucrânia, diz Kiev
Publicada em
Atualizada em
Por Max Hunder
Kiev (Reuters) - Dois mísseis balísticos russos atingiram o coração da cidade de Sumy, no norte da Ucrânia, neste domingo, matando 34 pessoas e ferindo mais de 117 no ataque mais mortal na Ucrânia neste ano, informou o governo de Kiev.
O presidente Volodymyr Zelenskiy exigiu uma resposta internacional dura contra Moscou em relação ao ataque.
Corpos estavam espalhados no chão no meio de uma rua da cidade perto de um ônibus destruído e carros queimados em um vídeo publicado por Zelenskiy nas redes sociais.
'Só canalhas podem agir assim. Tirando a vida de pessoas comuns', disse ele, observando que o ataque ocorreu no Domingo de Ramos, quando algumas pessoas estavam indo à igreja.
'Sabe, as pessoas que lutam contra nós sempre dizem que são (cristãs) ortodoxas, que acreditam em Deus, mas nós vivenciamos o terrorismo em primeira mão hoje. Não tenho palavras', disse Yevhen, estudante de doutorado de 27 anos, morador local que não quis revelar seu sobrenome.
Os líderes do Reino Unido, Alemanha e Itália condenaram o ataque.
'Esses ataques mostram o quanto vale a suposta prontidão da Rússia para a paz', escreveu o chanceler alemão Olaf Scholz nas redes sociais.
As autoridades russas não responderam imediatamente a um pedido de comentário da Reuters. A Rússia nega ter como alvo civis, mas milhares foram mortos e feridos na invasão da Ucrânia.
O ataque ocorreu após outro ataque com mísseis, que matou 20 pessoas, incluindo nove crianças, no início deste mês, na cidade central ucraniana de Kryvyi Rih, cidade natal de Zelenskiy e longe das linhas de frente da guerra terrestre.
Sumy, com uma população de cerca de 250 mil habitantes e localizada a pouco mais de 25 km da fronteira com a Rússia, tornou-se uma cidade-guarnição quando as forças de Kiev lançaram uma incursão na Rússia em agosto passado, que tem sido amplamente repelida desde então.
O prefeito em exercício de Sumy, Artem Kobzar, anunciou três dias de luto pelas vítimas a partir de segunda-feira.
As pessoas que foram atingidas pela ataque deste domingo estavam nas ruas ou dentro de carros, transportes públicos e prédios quando os mísseis atingiram o local, disse o ministro do Interior, Ihor Klymenko.
'Destruição deliberada de civis em um importante dia de festa da igreja', escreveu ele.
Andriy Yermak, chefe de gabinete de Zelenskiy, disse que os mísseis continham munições de fragmentação. 'Os russos estão fazendo isso para matar o maior número possível de civis.'
Maryana Bezuhla, uma parlamentar ucraniana conhecida por suas duras críticas públicas aos comandantes militares, sugeriu no aplicativo Telegram que o ataque ocorreu devido ao vazamento de informações sobre uma reunião de soldados.
A Reuters não conseguiu verificar essa informação, e Bezuhla não publicou evidências.
O morador local Pavriz Manakhov disse à Reuters que não viu soldados na área.
'Moramos no centro da cidade, não há base militar, não há soldados aqui.'
A Rússia lançou uma invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022 e atualmente detém quase 20% do território do país vizinho no leste e no sul. As forças russas têm avançado lentamente no leste.
(Reportagem de Max Hunder)
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO