Ataques de drones atingem Porto Sudão e colocam em risco entrega de ajuda
Ataques de drones atingem Porto Sudão e colocam em risco entrega de ajuda
Reuters
06/05/2025
(Reuters) - Explosões e incêndios abalaram Porto Sudão nesta terça-feira, segundo uma testemunha, parte de um ataque de drones que dura dias e que incendiou os maiores depósitos de combustível do país e danificou sua principal porta de entrada para ajuda humanitária.
As ações incluíram um ataque de veículo aéreo não tripulado pelas paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF) do Sudão às instalações de Porto Sudão, tendo como alvo o terminal de contêineres, informou a empresa britânica de segurança marítima Ambrey.
Os ataques foram os mais intensos desde que o ataque a Porto Sudão começou no domingo, em um conflito no qual os drones têm desempenhado um papel cada vez mais importante, ajudando os avanços do Exército no início deste ano.
Colunas enormes de fumaça preta saíam dos principais depósitos estratégicos de combustível do Sudão, perto do porto e do aeroporto, nesta terça-feira, disse uma testemunha na cidade, enquanto os ataques também atingiram uma subestação de eletricidade e um hotel perto da residência presidencial.
A destruição das instalações de combustível e os danos ao aeroporto e ao porto correm o risco de intensificar a crise humanitária do Sudão, que a ONU classifica como a pior do mundo, ao limitar as entregas de ajuda por estrada e atingir a produção de energia e o fornecimento de gás de cozinha.
Porto Sudão vinha desfrutando de relativa calma desde que a guerra civil entre o Exército e a RSF irrompeu repentinamente em abril de 2023. A cidade do Mar Vermelho tornou-se a base do governo alinhado ao Exército depois que a RSF invadiu grande parte da capital, Cartum, no início do conflito.
Centenas de milhares de pessoas deslocadas também buscaram refúgio na cidade, onde funcionários da ONU, diplomatas e agências também estabeleceram sedes, tornando-a a principal base para operações de ajuda.
(Por Nafisa Eltahir, Yomna Ehab e Angus McDowall)
Reuters