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BC diz que incerteza elevada só permitiu indicação da direção da Selic em mais uma reunião, mostra ata

BC diz que incerteza elevada só permitiu indicação da direção da Selic em mais uma reunião, mostra ata

Reuters

25/03/2025

Placeholder - loading - Sede do Banco Central em Brasília 17/12/2024. REUTERS/Adriano Machado
Sede do Banco Central em Brasília 17/12/2024. REUTERS/Adriano Machado

Atualizada em  25/03/2025

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - A decisão do Banco Central de indicar um novo ajuste na taxa básica de juros apenas na próxima reunião de política monetária, em maio, e deixar passos seguintes em aberto considerou a incerteza no cenário, mostrou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

'Diante da elevada incerteza, optou-se por indicar apenas a direção do próximo movimento', afirmou a autoridade monetária no documento.

De acordo com a ata, esse foi um dos três elementos que guiaram a decisão da semana passada na qual o BC seguiu o ritmo já previsto de aperto nos juros ao elevar a Selic em 1 ponto percentual, a 14,25% ao ano, e indicou um ajuste de menor magnitude na reunião de maio se confirmado o cenário esperado.

Em outro ponto, a autarquia julgou que, em função do cenário adverso para a dinâmica da inflação, era apropriado indicar que o ciclo de alta nos juros não está encerrado.

Por fim, em função das defasagens do ciclo monetário em curso, o Comitê também avaliou ser apropriado comunicar que o próximo movimento, de maio, seria de menor magnitude.

Em relação à atividade econômica no Brasil, o Copom avaliou que dados referentes aos últimos meses seguem sugerindo uma incipiente moderação do crescimento, em linha com seu cenário-base.

'Alguns indicadores mais recentes, como de serviços, indústria ou população ocupada têm indicado moderação de crescimento após extraordinária resiliência no mercado de trabalho e na atividade econômica', afirmou.

A autarquia ponderou que 'persiste a parcimônia nas conclusões' sobre o passado, sujeito a revisões e sazonalidades; o presente, com dados mistos que não são uníssonos em uma direção; e o futuro, já que se antecipa um forte crescimento agrícola no primeiro trimestre com possíveis desdobramentos para outros setores.

CANAIS DESOBSTRUÍDOS

Um fator também avaliado para sentir o efeito do aperto monetário, o documento menciona uma redução no ritmo das concessões de crédito e uma elevação nas taxas de juros dos financiamentos.

No entanto, em meio a questionamentos de analistas sobre programas do governo de estímulo à atividade e ao crédito, o BC enfatizou a necessidade de se manter os canais de política monetária desobstruídos e sem elementos mitigadores para sua ação.

'A política monetária atua por diferentes canais, dentre eles o crédito, fazendo com que o volume de empréstimos reaja às condições financeiras e às expectativas, à medida que avaliações sobre o futuro impactam o consumo e o investimento correntes', afirmou.

Nesse sentido, o BC defendeu que para o cumprimento de seu mandato e convergência da inflação à meta com menores custos, a política monetária deve ser capaz de atuar sem impedimentos em todos os canais.

A ata apontou que o cenário de inflação de curto prazo segue adverso no país, ressaltando que a convergência à meta de 3% torna-se mais desafiadora com expectativas desancoradas para prazos mais longos e 'exige uma restrição monetária maior e por mais tempo do que outrora seria apropriado'.

A autarquia fez alertas sobre preços de serviços, que tiveram aceleração em meio a um aquecimento da atividade econômica, de bens industrializados, impactados pelo movimento do câmbio, e de alimentos, que estão elevados e tendem a se propagar para outros itens por conta da inércia vista no país.

No documento, o BC apontou que incertezas em torno de políticas nos Estados Unidos já restringem novos investimentos e têm impacto sobre expectativas e inflação, com parte dessa deterioração do cenário já começando a se materializar.

Ao destacar que seu cenário-base segue sendo de desaceleração gradual e ordenada da economia norte-americana, o BC citou dúvidas sobre possíveis estímulos fiscais, restrições na oferta de trabalho, elevação de tarifas e alterações importantes em preços relativos decorrentes de reorientações da matriz energética.

Reuters

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