BEYONCÉ ENCERRA A “COWBOY CARTER TOUR” COM SHOW HISTÓRICO EM LAS VEGAS
A APRESENTAÇÃO REAFIRMOU, MAIS UMA VEZ, A ARTISTA COMO ÍCONE GLOBAL, EM UMA NOITE DE NOSTALGIA E PERFORMANCES MEMORÁVEIS
João Carlos
28/07/2025
A noite de 26 de julho de 2025, em Las Vegas, marcou o fim de um dos capítulos mais ambiciosos e simbólicos da carreira de Beyoncé. No Allegiant Stadium, com ingressos esgotados e fãs de diversas partes do mundo, a estrela encerrou a Cowboy Carter Tour em um espetáculo que mesclou emoção, excelência estética e um repertório poderoso — transformando o fim da turnê em um evento histórico da cultura pop contemporânea.
Um retorno triunfante do Destiny’s Child
O momento mais celebrado da noite foi a reunião surpresa do Destiny’s Child (em destaque acima). Beyoncé subiu ao palco acompanhada por Kelly Rowland e Michelle Williams, em sua primeira performance conjunta desde o Coachella de 2018. Vestidas em trajes dourados com estética country-glam, o trio interpretou “Lose My Breath”, “Bootylicious” e dividiu o palco com Beyoncé em “Energy”, participando do já tradicional mute challenge. O reencontro gerou comoção entre o público e repercutiu instantaneamente nas redes sociais e na imprensa mundial, consolidando o encerramento como o grande momento da turnê.
Veja abaixo como foi o momento que já se tornou inesquecível para os fãs, na reportagem do Access Hollywood, com imagens registradas por um fã presente no show.
Convidados especiais e presença da família
Além do reencontro nostálgico, a artista surpreendeu ao receber no palco o marido Jay‑Z, com quem cantou “Crazy in Love” e “N*ggas in Paris”, reacendendo a química artística que marcou os primeiros anos da carreira solo da cantora. O cantor Shaboozey, revelação do country contemporâneo, também participou da apresentação de “Sweet Honey Buckin’”.
Outro momento de forte carga emocional foi a participação das filhas Blue Ivy e Rumi, que subiram ao palco em momentos distintos, reforçando o tom familiar e íntimo que Beyoncé imprimiu à nova era.
Uma turnê com dimensão teatral e cultural
Com um cenário meticulosamente construído, figurinos assinados por grandes nomes da moda internacional e um balé que combinava coreografias contemporâneas com referências à cultura afro-americana e country, a Cowboy Carter Tour foi um espetáculo visual de alto impacto. Elementos como touro mecânico dourado, carros Cadillac brancos, trajes de Marching Band e a presença constante de simbologias do Velho Oeste foram usados de forma crítica e estética — reforçando a proposta da turnê de reivindicar o lugar da cultura negra na história da música country norte-americana.
Destaques do repertório e simbolismo
O show abriu com “16 Carriages” e percorreu cada faixa do aclamado álbum Cowboy Carter, entre elas “Texas Hold ‘Em”, “American Requiem” e “Ya Ya”. Também incluiu covers impactantes, como “Blackbird” (The Beatles) e “Jolene” (Dolly Parton), apresentados com novos arranjos e forte carga emocional.
Mesmo com a nova sonoridade, Beyoncé equilibrou o setlist com sucessos de outras eras, como “Formation”, “Love On Top”, “Run the World”, “Partition” e “Crazy in Love”. A performance de “Riverdance” foi um dos ápices da noite, com sapateado sincronizado, violinos ao vivo e clima cinematográfico.
Fase europeia e recepção da crítica
A turnê passou por cidades como Londres, Paris, Berlim e Amsterdã, sempre com lotação máxima. Em Londres, Beyoncé se tornou a primeira mulher a realizar seis noites consecutivas no Tottenham Hotspur Stadium, atraindo mais de 275 mil espectadores na capital inglesa. Críticos do The Guardian, The Times e Financial Times elogiaram o show como uma obra de arte em movimento, destacando a fusão inovadora entre country, pop e R&B, além da narrativa visual e política em torno da ancestralidade negra.
Segundo o Financial Times, “Beyoncé ocupa o palco com autoridade não só vocal, mas simbólica. Em Cowboy Carter, ela não está apenas cantando — está reescrevendo o cânone”.
Repercussão popular e impacto cultural
Com mais de 1,5 milhão de ingressos vendidos e faturamento superior a US$ 387 milhões, a Cowboy Carter Tour entra para a história como uma das turnês femininas mais lucrativas de todos os tempos. Mas seu impacto vai além dos números: a turnê ajudou a consolidar o álbum Cowboy Carter como uma afirmação de identidade, memória e inovação.
Mesmo com críticas pontuais sobre o equilíbrio entre repertórios antigos e novos, a maioria dos fãs e críticos reconheceu o projeto como ambicioso, sensível e artisticamente ousado. A presença das filhas, os discursos sutis sobre resistência e a forma como Beyoncé integrou tradição e vanguarda foram amplamente celebrados.
Encerramento com assinatura de legado
Ao encerrar a Cowboy Carter Tour em Las Vegas, Beyoncé entregou mais do que um show final — ela ofereceu um testemunho de potência artística. Combinando excelência técnica, entrega emocional e consciência cultural, a artista reafirma seu lugar entre os grandes nomes da história da música.
A Cowboy Carter Tour não apenas homenageou o passado: abriu caminhos para o futuro da música pop, do country e da performance ao vivo. Beyoncé encerra a jornada como ícone atemporal — que, a cada era, transforma suas raízes em revolução.