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Bob Dylan Criou o Ritual dos Isqueiros nos Shows?

Das chamas às lanternas de celulares, o gesto transformou a experiência dos shows para sempre

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Quem nunca foi a um show, seja de Coldplay, Madonna, Bruno Mars ou Paul McCartney, e presenciou aquele momento clássico de levantar as lanternas do celular – o que antigamente eram os isqueiros-!? De repente, o ambiente escuro se transforma em um mar de pontos luminosos. Mas você já se perguntou de onde vem essa tradição?

A origem desse gesto é um tanto nebulosa, mas uma nova coleção de Bob Dylan oferece uma possível explicação. Na semana passada, a turnê de 1974 do cantor foi celebrada com o lançamento de “The 1974 Live Recordings”, uma caixa com mais de duas dezenas de gravações ao vivo de shows realizados durante a turnê.

Essa turnê, que durou cerca de seis semanas e revitalizou a carreira de Dylan, foi marcante em diversos aspectos. Ela marcou o retorno do cantor às turnês após oito anos, reuniu-o com a ‘Band’ (com quem havia feito apresentações elétricas controversas) e foi um enorme sucesso financeiro. A procura por ingressos foi tão alta que David Geffen, então chefe da gravadora de Dylan, relatou à Newsweek que "2 a 3 milhões" de pedidos foram enviados por correio.

Embora existam relatos anteriores, a turnê de 1974 pode ter sido o marco mais proeminente onde o ato de saudar um músico com luz – seja artificial ou real – foi solidificado. No entanto, a primeira aparição dessa prática pode ser traçada até a cantora Melanie Safka, conhecida simplesmente como Melanie.

Em 1969, durante o festival de Woodstock, Melanie se apresentou sob chuva, logo após Ravi Shankar. O locutor sugeriu que o público acendesse velas para afastar o mau tempo. Melanie descreveu a cena para a Rolling Stone na época: “Quando terminei minha apresentação, toda a colina era uma massa de pequenas luzes tremeluzentes".

Esse momento foi eternizado em seu hit “Lay Down (Candles in the Rain)”, que alcançou o sexto lugar nas paradas da Billboard em 1970. Três anos depois, ela cantou no Carnegie Hall e os fãs acenderam velas que haviam contrabandeado para o local. Desde então, tornou-se costume levar velas ou isqueiros a seus shows. "Agora, claro, as pessoas trazem celulares", comentou ela à Classic Bands.

Apesar do impacto cultural, a associação de Melanie com o gesto de iluminar shows nunca teve o mesmo peso que o episódio envolvendo Dylan – mesmo que esses eventos tenham ocorrido antes da turnê do cantor. Na noite de abertura dele, em 1974 em Chicago, um crítico do New York Times relatou que, no final do show, o público acendeu fósforos em homenagem ao cantor.

Dylan, em entrevista à Vanity Fair, relembrou esse momento e o descreveu como inicialmente "apocalíptico", acreditando que o público estivesse expressando raiva. No entanto, logo perceberam que se tratava de uma demonstração de apreço. “De repente, alguém acendeu um fósforo. E então outra pessoa acendeu outro fósforo. Em pouco tempo, havia áreas da arena que estavam envoltas em fósforos", ele relembrou.

Por mais que não tenham confirmações que essa ‘tradição iluminada’ começou então, com Melanie, ou com outra pessoa, o jornalista de rock Ben Fong-Torres, da Rolling Stone da época relatou: "Eu não sei se foi a primeira vez [...] bandas como os Stones estavam tocando em arenas, mas eu não acho que inspiravam esse tipo de reação do público. Isso é o que tornou o show de Dylan único".

E no final, a prática não desapareceu com o encerramento da turnê. Na verdade, se popularizou ainda mais com o lançamento de “Before the Flood”, álbum ao vivo de Dylan, cuja capa traz a imagem de fãs segurando fósforos. Essa capa se tornou icônica e ajudou a difundir o ritual, transformando-o em uma prática mundial.

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Melanie afirma que tudo começou com ela: “poucas pessoas percebem que todo o evento de acender coisas em concertos começou comigo em Woodstock". Mas, Bob Dylan e sua turnê de 1974 também ajudaram ainda mais a consolidar o gesto, elevando-o a um símbolo cultural dos shows de rock.

Independentemente da origem, hoje em dia, em vez de fósforos ou isqueiros, os celulares tomaram o lugar das chamas. Para muitos, como o veterano promotor de shows Jimmy Koplik, essa evolução foi um alívio! Ele brinca: "Graças a Deus pelos celulares. Agora ninguém corre o risco de incendiar nada".

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