Bob Marley completaria 78 anos: confira a homenagem da Antena 1

É impossível pensar em Reagge sem lembrar de Robert Resta Marley, mais conhecido como Bob Marley. O músico é responsável por sucessos que marcaram os anos 60 e 70 e que continuam em alta até hoje, como “Is This Love”, “Three Little Birds” e “One Love”. Por isso, a Antena 1 não poderia deixar de homenageá-lo! Leia abaixo:

Robert Resta Marley nasceu no ano de 1945 em Nine Mile, vila no interior da Jamaica. Filho do capitão do exército inglês Norval Sinclair Marley e da jovem Cedella Booker, mudou-se para Kingston depois que o pai retornou para a Inglaterra e faleceu após sofrer um ataque cardíaco em 1955. Na época, passou a receber os cuidados também de um novo membro da família: seu novo padrasto Toddy Livingstone.

Durante a adolescência, Marley já começou a se interessar pelo mundo da música. Entrou em contato com ritmos como Ska, jazz, R&B, e gostava de criar instrumentos artesanais sob a companhia de Bunny Livingson, seu meio-irmão nascido em 1947.

Bunny seria uma presença importante na sua carreira. Foi com ele e o vocalista Peter Tosh que o artista montou sua primeira banda, chamada Wailing Wailers. No início dos anos 60, os garotos eram mentorados pelo percussionista rastafari Alvin Patterson. Na mesma época, como o R&B estadunidense estava em decadência e o povo jamaicano demandava novos lançamentos, os cantores locais se tornaram potenciais em ascensão.

Isso culminou no lançamento do seu primeiro single, “Simmer Down”, em 1963. No ano seguinte, a faixa conquistou o topo das paradas jamaicanas, e ocupou a primeira posição durante dois meses. Em pouco tempo, o grupo se consolidou como um grande nome da música jamaicana.

Entretanto, a fama não foi suficiente para garantir a estabilidade financeira dos membros da banda. Por esse motivo, a mãe de Bob se preparou para se mudar para Delaware, nos Estados Unidos, e insistiu que ele a acompanhasse. O artista concordou, mas não sem a companhia de sua esposa Rita Anderson.

A sua estadia na América do Norte durou pouco. Após oito meses trabalhando como garçom, ele decidiu voltar para sua terra natal. Uma vez na ilha, se deparou com uma terra diferente daquela que havia deixado. Isso porque, em outubro de 1966, o imperador da Etiópia Haile Selassie visitou a Jamaica e fez com que o movimento rastafári se popularizasse.

Com uma consciência política pan-africana, Marley passou a escrever sobre temas espirituais e sociais. Junto de Peter Tosh e Bunny, montou o grupo “The Wailers”, e, com a ajuda do produtor Lee Perry, estava determinado a espalhar sua música pelo mundo. Uma peça importante para a fórmula do sucesso foi Chris Blackwell, fundador dos estúdios Island Records em Londres. Com essa equipe, Marley lançou o disco “Catch a Fire” em 1973.

Depois da sua estreia, a banda fez uma turnê na Europa e nos Estados Unidos. Pela forte repercussão, os artistas tornaram-se conhecidos por onde passavam, e Marley encontrou um jeito comunitário de desfrutar dos benefícios da fama. Quando voltou para Kingston, se mudou para uma mansão onde recebia sua família, amigos, outros músicos e até estrangeiros. O cantor era conhecido por atender pedidos de ajuda dos mais desafortunados, doando comida e dinheiro para aqueles que precisavam.

Em meio a esse contexto, disponibilizou “Burnin’”, seu segundo álbum, ainda em 1973. As faixas refletiam um novo momento na vida de Marley, trazendo reflexões politizadas e ideológicas que reverberavam no público. Quando o guitarrista inglês Eric Clapton regravou “I Shot The Sherif” o grupo ficou ainda mais conhecido internacionalmente.

Vale lembrar que, à essa altura, Bunny Wailer e Petter Tosh já haviam saído da banda para investir em suas carreiras individuais. As novas integrantes dos The Wailers eram Judy Mowatt, Marcia Grififths e sua esposa Rita Marley.

No ano de 1976, época de eleições parlamentares no país, a população estava dividida entre partidos. Defendendo a paz e a união, Marley organizou um show gratuito. Porém, a casa do cantor foi invadida por opositores e baleada poucos dias antes do concerto. Não houveram fatalidades, mas o vocalista foi atingido em seu braço esquerdo. Ainda assim, realizou a apresentação que havia prometido.

Depois do concerto, se mudou para Londres e ali ficou durante dois anos, para se afastar de outro possível atentado. De lá, lançou a obra “Exodus”, que rendeu uma de suas canções mais icônicas – “One Love”. Relembre:

Em 1978, retornou para a Jamaica e realizou um show gratuito chamado “One Love Peace Concert” para comemorar seu regresso. O evento foi marcado pela presença dos líderes dos partidos opostos da Jamaica, que deram as mãos e fizeram um juramento de paz sob a orientação de Marley. No mesmo ano, ele visitou o Quênia e a Etiópia na África, se dedicando ainda mais ao movimento rastafári.

1980 foi outro ano marcante para o artista: lançou o disco “Uprising”, instantaneamente aclamado pela crítica e pelo público. Foi dessa obra que saiu o icônico single “Could You Be Loved”. Em seguida, partiram para uma turnê pela Europa, onde registraram apresentações com mais de cem mil espectadores.

A turnê teria continuado pelos Estados Unidos, mas, logo no segundo show, Marley teve um mal-estar. Logo menos descobriu um câncer de pele na unha do dedão do pé, mas se recusou a seguir orientações médicas de amputar o membro por causa da filosofia rastafári. O artista via seu corpo como um templo que não podia ser modificado, e não queria afetar sua dança ou interromper o auge da sua carreira.

Com o passar do tempo, a doença se espalhou para o cérebro, pulmão e estômago. No dia 11 de maio de 1981, Bob Marley faleceu aos 36 anos.

Mesmo com uma morte precipitada, o ícone teve um faturamento póstumo de mais de 17 milhões de dólares. Em poucos anos de carreira, Marley se consolidou como uma voz do movimento rastafári, e suas mensagens sobre resistência, paz, amor e união continuam pertinentes. Seu legado vai muito além da música.

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