Bolsonaro será transferido para hospital em Brasília e deve fazer cirurgia
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(Reuters) - O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado que provavelmente passará por uma nova cirurgia para desobstruir o intestino, nas que ainda não está decidido se o procedimento será em Brasília ou em São Paulo.
'Em Brasília ou em São Paulo, após minha transferência, provavelmente passarei por uma nova cirurgia', afirmou em uma publicação na plataforma X.
Mais cedo, a assessoria do ex-presidente divulgou um vídeo dele falando sobre a possibilidade da transferência e da cirurgia, no qual ele também agradeceu o atendimento e apoio e prometeu voltar para lutar pela anistia dos presos políticos.
No boletim médico mais recente, divulgado no final da manhã, afirmando que ele tinha evoluído de forma estável nas últimas 24 horas, já havia a informação de que ele seria transferido ainda neste sábado para Brasília.
Por decisão pessoal do senhor ex-presidente, em conjunto com sua família, e visando dar continuidade ao tratamento com o suporte e proximidade de seus entes queridos, está programada para o decorrer do dia de hoje sua transferência para a cidade de Brasília/DF', afirma o boletim assinado por Luiz Roberto Leite Fonseca, diretor-geral do Hospital Rio Grande.
De acordo com o senador Rogério Marinho (PL-RN), após visitar Bolsonaro, o ex-presidente será transportado por uma UTI aérea para o hospital DF Star, na capital federal.
O boletim médico divulgado pelo Hospital Rio Grande não trouxe detalhes envolvendo um novo procedimento cirúrgico, mas o cirurgião Antônio Macedo, médico pessoal de Bolsonaro, disse que exames de ressonância magnética e tomografia apontaram necessidade de cirurgia.
'Ele está com um quadro obstrutivo crônico (do intestino)', afirmou o médico à Reuters. 'A indicação é de cirurgia, mas a decisão se ele vai fazer em Brasília ou São Paulo é do ex-presidente', acrescentou.
Bolsonaro, de 70 anos, sentiu fortes dores abdominais na sexta-feira quando estava em visita à cidade de Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte. Depois, foi transferido de helicóptero para um hospital em Natal, onde está internado.
O Hospital Rio Grande afirmou que o ex-presidente deve deixar o local por volta das 17h. 'Uma vez que a equipe médica dê o ok para a viagem, ele vai para o DF Star em Brasília', afirmou o hospital.
REBELDE
O ex-presidente já sofreu outros episódios de obstrução intestinal nos últimos anos, que seus médicos apontaram ser consequência das cirurgias na região abdominal a que ele foi submetido uma facada em 2018, em Juiz de Fora (MG), durante campanha na eleição presidencial daquele ano -- vencida por ele.
De acordo com Macedo, o local onde Bolsonaro tem sentido dores é na parte de cima do intestino e não na região mais abaixo, onde foi a facada. Ele afirmou que o ex-presidente é um paciente 'rebelde', que quer comer antes de eventos importantes.
Macedo disse que vai operar Bolsonaro, se ele quiser fazer o procedimento em São Paulo. Mas se optar por Brasília, a intervenção seria feita por outra equipe de profissionais. O médico fez cinco operações em Bolsonaro desde a facada em 2018. 'É uma decisão dele e da família', afirmou.
O boletim divulgado neste sábado também afirmou que o ex-presidente teve uma noite tranquila, com mais de oito horas de sono, apresentando estabilidade hemodinâmica, sem necessidade de suporte com aminas vasoativas, em oxigenoterapia espontânea em ar ambiente, confortável e com bom padrão respiratório.
Ainda de acordo com o boletim deste sábado, o ex-presidente segue em hidratação venosa por meio de cateter central, em uso de nutrição parenteral, manutenção da antibioticoterapia previamente instituída, com sonda nasogástrica aberta e uso regular das demais medicações prescritas.
'Apresenta excelente estado de humor, redução do quadro de distensão abdominal e permanece sem necessidade de analgesia. Todos os sinais vitais e exames complementares mantêm-se dentro da normalidade, sem intercorrências clínicas até o presente momento', acrescentou.
(Reportagem de Paula Arend Laier, Ricardo Brito, Manuela Andreoni, Luciana Magalhães e Rodrigo Viga Gaier)
Escrito por Reuters
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