Boom global da cocaína continua estabelecendo novos recordes, diz ONU
Boom global da cocaína continua estabelecendo novos recordes, diz ONU
Reuters
26/06/2025
VIENA (Reuters) - O comércio global de cocaína continua estabelecendo novos recordes, com a substância respondendo pelo mercado de drogas ilícitas que mais cresce no mundo, à medida que a produção da Colômbia aumenta junto com os usuários na Europa e nas Américas do Norte e do Sul, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas publicado nesta quinta-feira.
O Relatório Mundial sobre Drogas do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) mostrou que, em 2023, o último ano para o qual havia dados abrangentes disponíveis, o comércio de cocaína se fortaleceu cada vez mais.
'A produção, as apreensões e o uso de cocaína atingiram novos patamares em 2023, tornando a cocaína o mercado de drogas ilícitas que mais cresce no mundo', disse o UNODC, com sede em Viena, em um comunicado.
Do lado da oferta, a produção ilegal global estimada de cocaína aumentou em cerca de um terço, atingindo um recorde de mais de 3.708 toneladas, principalmente devido a um aumento na área dedicada ao cultivo ilícito de folhas de coca na Colômbia e a dados atualizados que mostraram que a produção foi cerca de 50% maior do que em 2022.
O número estimado de usuários de cocaína em todo o mundo também continuou a crescer, chegando a 25 milhões de pessoas em 2023, contra 17 milhões 10 anos antes, disse o UNODC.
'A América do Norte, a Europa Ocidental e Central e a América do Sul continuam a constituir os maiores mercados de cocaína, com base no número de pessoas que usaram drogas no ano passado e em dados derivados da análise de águas residuais', disse.
O mercado de drogas sintéticas também continua a se expandir, ajudado pelos baixos custos operacionais e pela redução do risco de detecção para aqueles que fabricam ou contrabandeiam as drogas, disse o UNODC.
As principais drogas encontradas foram os estimulantes do tipo anfetamina (ATS), como metanfetamina e anfetamina.
'As apreensões de ATS atingiram um recorde em 2023 e foram responsáveis por quase metade de todas as apreensões globais de drogas sintéticas, seguidas por opióides sintéticos, incluindo fentanil', disse o UNODC.
(Reportagem de Francois Murphy)
Reuters