Brasil abre 213.002 vagas formais de trabalho em setembro e supera estimativas, mostra Caged
Brasil abre 213.002 vagas formais de trabalho em setembro e supera estimativas, mostra Caged
Reuters
30/10/2025
Atualizada em 30/10/2025
BRASÍLIA (Reuters) -O Brasil abriu 213.002 vagas formais de trabalho em setembro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quinta-feira que superaram as expectativas de economistas.
O resultado do mês passado foi fruto de 2.292.492 admissões e 2.079.490 desligamentos, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego. Economistas consultados em pesquisa da Reuters esperavam a criação líquida de 180.750 vagas no mês.
O saldo de setembro é o maior desde abril, que teve 237.444 novas vagas, mas ficou abaixo do número registrado no mesmo mês em 2024, com saldo positivo de 252.237 vagas. No acumulado do ano, foram abertos 1.716.600 postos de trabalho, nível menor do que o registrado no mesmo período no ano passado, de 1.995.164 vagas.
Os cinco grupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos de vagas em setembro, com o setor de serviços na liderança, com 106.606 postos. Em seguida, ficou o setor industrial, com 43.095 vagas, enquanto o setor agropecuário teve o desempenho mais fraco, com abertura de 3.167 postos.
'O número não é novidade dentro do panorama, do ritmo em que a economia vem se comportando, apesar dos juros altos', disse o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a jornalistas, ressaltando que setembro é tradicionalmente um mês positivo para o emprego.
O economista da ASA Leonardo Costa afirmou em nota que, descontados os efeitos sazonais, o dado de setembro veio um pouco melhor do que o de agosto.
'As contratações voltaram a acelerar na margem, saindo da estabilidade dos últimos meses. Concomitantemente, as demissões também avançaram, atingindo o máximo da série histórica', disse Costa.
'O mercado de trabalho segue exibindo desaceleração bastante gradual, com pequena redução na média móvel; apostamos em esfriamento gradual da atividade doméstica'.
O Banco Central tem ressaltado a intenção de manter a taxa Selic no nível atual de 15% ao ano -- maior patamar em quase 20 anos -- por tempo prolongado para trazer a inflação para a meta de 3%.
Na ata da sua última reunião de política monetária, em setembro, os diretores apontaram que a atividade vinha mostrando certa moderação no crescimento, mas que o mercado de trabalho ainda mostrava dinamismo. Os diretores do BC voltarão a se reunir para deliberar sobre os juros na próxima semana.
(Por Victor Borges; edição de Isabel Versiani)
Reuters

