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Lula e Trump discutem suspensão de tarifas dos EUA sobre Brasil em encontro na Malásia

Lula e Trump discutem suspensão de tarifas dos EUA sobre Brasil em encontro na Malásia

Reuters

26/10/2025

Placeholder - loading - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião com presidente dos EUA, Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia 26/10/2025 REUTERS/Evelyn Hockstein
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião com presidente dos EUA, Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia 26/10/2025 REUTERS/Evelyn Hockstein

Atualizada em  26/10/2025

Por Trevor Hunnicutt

KUALA LUMPUR (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discutiram 'de forma franca e construtiva' a agenda comercial e econômica entre os dois países durante reunião bilateral na Malásia, e autoridades dos dois lados vão iniciar ainda neste domingo um processo de negociação visando a retirada das tarifas comerciais impostas pelos EUA ao Brasil, afirmou Lula em publicação nas redes sociais.

'Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras', escreveu.

Lula pediu ao presidente norte-americano que a taxação seja suspensa durante o processo de negociação, segundo relato do ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, que participou da reunião realizada em meio à cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).

Falando à imprensa em Kuala Lumpur após o encontro, o chanceler disse que será estabelecido um cronograma de negociações entre os dois lados ainda neste domingo e que uma conclusão pode ser alcançada 'em semanas'. Lula também pediu a Trump a suspensão de sanções por meio da Lei Magnitsky a autoridades brasileiras.

'Foram 45 minutos de conversa, muito positiva, muito produtiva, os presidentes trataram de todos os assuntos. O presidente Lula começou dizendo que não havia assunto proibido e renovou o pedido brasileiro de suspensão das tarifas impostas à exportação brasileira durante um período de negociação, da mesma forma que da aplicação em curso da Lei Magnitsky e disse que estava pronto, portanto, a conversar', disse Vieira a jornalistas.

Segundo o chanceler, também estavam presentes no encontro, pelo lado dos EUA, os secretários do Tesouro, Scott Bessent, e de Estado, Marco Rubio, além do representante comercial, Jamieson Greer.

'A conclusão final é que a reunião foi muito positiva e nós esperamos agora em pouco tempo, em algumas semanas, concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da atual tributação americana ao Brasil', afirmou Vieira.

Vieira disse ainda que Trump se comprometeu a visitar o Brasil e Lula se comprometeu em visitar os EUA.

'(Trump e Lula) estabeleceram, inclusive, que haverá visitas recíprocas. O presidente Trump quer ir ao Brasil e o presidente Lula aceitou também, disse que irá com prazer aos Estados Unidos no futuro', disse Vieira.

BOLSONARO NÃO FOI MENCIONADO

Trump impôs uma tarifa de 50% sobre várias exportações brasileiras para os Estados Unidos e o governo norte-americano aplicou sanções a autoridades brasileiras, entre elas punições financeiras por meio da Lei Magnitsky, ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusado por Washington de violar direitos humanos.

Moraes é o relator no STF do processo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Trump classificou os processos judiciais contra Bolsonaro de 'caça às bruxas'.

Também presente na coletiva após o encontro, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, disse que a questão envolvendo Bolsonaro não foi mencionada no encontro.

Mais cedo, no início do encontro, Lula e Trump falaram com jornalistas e o presidente norte-americano afirmou que avalia que ambos os líderes podem fazer bons acordos. 'Acho que devemos ser capazes de fazer alguns bons negócios para ambos os países', disse.

Lula, por sua vez, disse estar otimista quanto ao avanço das relações entre o Brasil e os Estados Unidos durante sua reunião com Trump. 'Não há nenhuma razão para que haja qualquer desavença entre Brasil e Estados Unidos', afirmou.

Ainda na fala à imprensa antes do início da reunião com Lula, Trump foi indagado sobre Bolsonaro e disse que se sentiu 'muito mal' pelo que aconteceu com o ex-presidente, ao mesmo tempo que se recusou a revelar se trataria do assunto com Lula.

Trump também disse, antes de iniciar a reunião com Lula, não estar preocupado com a relação do Brasil com a China.

O encontro entre Lula e Trump foi saudado por associações de setores como os de carne bovina e café, fortemente afetados pelas tarifas impostas pelos EUA ao Brasil.

Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) disse acreditar que 'o entendimento entre os dois países pode preservar a competitividade do produto brasileiro, garantir previsibilidade aos exportadores e ampliar a presença da carne bovina nacional no mercado norte-americano'.

Já a Associação Brasileira do Café (ABIC) afirmou em comunicado que 'reforça sua confiança no histórico de parceria entre Brasil e Estados Unidos'.

(Reportagem de Trevor Hunnicutt, em Kuala Lumpur, e Eduardo Simões, em São Paulo; Edição de Pedro Fonseca)

Reuters

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