Brasil registra menor número de nascimentos em quase 50 anos
2023 foi o quinto ano seguido de queda, mostra o IBGE
Redação, com informações da Agência Brasil
16/05/2025
O Brasil registrou queda no número de nascimentos pelo quinto ano seguido em 2023. Foram 2,52 milhões de nascidos, uma redução de 0,7% na comparação com 2022. Essa quantidade é 12% menor que a média de nascimentos nos cinco anos anteriores à pandemia de Covid-19, ou seja, 2015 a 2019 (2,87 milhões).
As informações fazem parte da pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com informações de cartórios espalhados pelo país. O número total de registros de nascimentos chega a 2,6 milhões, mas o IBGE esclarece que 2,9% deles (75 mil) são de pessoas que nasceram em anos anteriores, mas foram registradas somente em 2023.
O instituto apresentou também uma série histórica iniciada em 1974 com números de nascimentos ocorridos e registrados no ano, excluindo os dados em que a residência da mãe não é conhecida ou é no exterior. Nesse recorte, o número de registros de 2023 (2,518 milhões) é o menor desde 1976 (2,467 milhões).
Apesar da tendência de diminuição no número de nascimentos, a gerente da Pesquisa de Registro Civil, Klivia Brayner de Oliveira, pondera que é preciso levar em consideração o sub-registro, que era maior no passado. Para ela, a queda tem a ver com fatores como custos para criar crianças, disseminação de métodos contraceptivos, inclusive entre pessoas de baixa renda, e outras prioridade das mulheres, como trabalho e formação.
Idade das mães
O levantamento mostra que as mães brasileiras estão decidindo ter filhos mais tarde. Em 2003, 20,9% dos nascidos foram gerados por mulheres de até 19 anos, percentual que caiu para 11,8% em 2023.
Considerando as mulheres acima de 30 anos, as proporções passaram de 23,9% para 39% no período de 20 anos. Especificamente entre mães com 40 anos ou mais, a marca dobrou, indo de 2,1% para 4,3%. Em 2023 foram 109 mil nascimentos de mães nessa faixa etária.
Na análise por regiões, o Norte e o Nordeste apresentam maior participação de mulheres de até 19 anos nos nascimentos em 2023: 18,7% e 14,3%, respectivamente. No Sul, a marca foi de 8,8%. Por outro lado, enquanto o Norte teve 29,3% dos nascidos gerados por mães com 30 anos ou mais, esse patamar chegou a 42,9% no Sudeste.
- Unidades da federação com maior proporção de nascimentos gerados por mães até 19 anos em 2023:
- Acre: 21,4%
- Amazonas: 20,5%
- Pará: 19,2%
- Maranhão: 18,9%
- Roraima: 17,9%
- Amapá: 17,8%
- Unidades da federação com maior proporção de nascimentos gerados por mães com 30 anos ou mais em 2023:
- Distrito Federal: 49,4%
- Rio Grande do Sul: 44,3%
- São Paulo: 44,3%
- Santa Catarina: 42,9%
- Minas Gerais: 42,8%
Óbitos
A pesquisa aponta que o Brasil teve 1,43 milhão de mortes em 2023, segundo ano seguido com diminuição de óbitos. Em 2022, houve redução de 15,8% ante o ano anterior, marcado pela pandemia. De 2022 para 2023, a nova queda foi de 5% (75,2 mil).
Além de dados de cartórios, o IBGE lança mão também do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, para chegar ao total de mortes. Esse sistema traz informações de pessoas que passaram por estabelecimentos de saúde.
Segundo o instituto, “os dados indicam que grande parte da queda dos óbitos, em 2023, está relacionada ao fim da pandemia do coronavírus”. Foi possível notar redução de 55,7 mil no número de mortes por “doenças por vírus de localização não especificada”, categoria que inclui a Covid-19.
Em 2023, foram 121,2 óbitos de homens para cada 100 de mulheres. Outro dado apontado é que 71% das mortes foram de pessoas com 60 anos ou mais.
Causas
Pouco mais de nove em cada 10 mortes em 2023 foram por causas naturais, afirma o IBGE. As mortes por causas não naturais, como queda, homicídio, acidente, suicídio e afogamento, por exemplo, foram 7% do total de óbitos. Os 2,3% restantes têm causa ignorada.
Dentro do universo de causas não naturais, aconteceram, em média, 499 mortes de homens para cada 100 de mulheres. Na faixa etária de 20 a 24 anos, essa relação atinge o ponto mais distante entre os sexos, 872 óbitos masculinos para cada 100 femininos.
Redação, com informações da Agência Brasil