Capa do Álbum: Antena 1
A Rádio Online mais ouvida do Brasil
Antena 1

Lula diz que irá reforçar com Maduro empenho do Brasil na defesa da paz na América do Sul

Lula diz que irá reforçar com Maduro empenho do Brasil na defesa da paz na América do Sul

Reuters

29/02/2024

Placeholder - loading - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília 21/02/2024 REUTERS/Adriano Machado
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília 21/02/2024 REUTERS/Adriano Machado

Atualizada em  29/02/2024

Por Lisandra Paraguassu

(Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta quinta-feira que terá uma reunião bilateral com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na sexta-feira, e que dirá a ele que o Brasil irá se empenhar para que decisões sobre a região do Essequibo sejam tomadas 'na maior tranquilidade possível', mas ressaltou que não espera uma solução rápida.

'O que nós vamos trabalhar é para que esse assunto continue sendo motivo de muita conversa, de muito debate, e que a gente possa encontrar uma solução da forma mais amigável possível. O que eu estou falando para vocês, vou falar para o presidente Maduro, já falei para o presidente Maduro', disse Lula a jornalistas que acompanham sua viagem à Guiana.

'O Brasil vai continuar empenhado para que as coisas aconteçam da maior tranquilidade possível. Se em 100 anos não foi possível resolver esse problema, é possível que a gente leve mais algumas décadas', continuou.

Lula disse que não tratou das negociações sobre o Essequibo na reunião bilateral desta quinta com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, e afirmou que o tema também não fará parte da reunião com Maduro. Segundo o presidente, a hora que os dois países quiserem marcar uma reunião para discutir o assunto, o Brasil irá participar.

No entanto, conforme antecipou a Reuters, o assunto deve ser sim tema da conversa de Lula com Maduro às margens de reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em São Vicente e Granadinas, ainda que não seja uma negociação formal. O governo brasileiro quer ter certeza que, em um ano eleitoral em seu país, o venezuelano não irá aumentar novamente o tom contra a Guiana.

No final do ano passado, depois de um plebiscito em que a maioria aprovou o que seria a ocupação da região pela Venezuela, Maduro inflamou o discurso com ameaças de invasão e movimentação de tropas.

O discurso de Maduro irritou Lula, que fez chegar ao presidente venezuelano seu desagrado. Depois de um telefonema de Maduro a Lula, o Brasil passou a participar de mesas de negociações com os dois países, e o tom da disputa baixou.

'O presidente Irfaan sabe, como sabe o presidente Maduro, que o Brasil está disposto a conversar com eles a hora que for necessário, quando for necessário, porque nós queremos convencer as pessoas de que é possível, é possível, através de muito diálogo, a gente encontrar a manutenção da paz', disse Lula.

Mais cedo, em declaração à imprensa ao lado de Irfaan, Lula também defendeu a paz na região e disse que o Brasil não aceita a ideia de um conflito na América do Sul.

'A integração com a Guiana é parte da estratégia do Brasil de ajudar não apenas o desenvolvimento, mas trabalhar intensamente para que a gente mantenha a América do Sul como zona de paz no planeta Terra', disse Lula. 'Esse é o papel que o Brasil pretende jogar na América do Sul e do mundo.'

O território do Essequibo, ocupado pelo Reino Unido quando a Guiana ainda era uma possessão britânica, é rico em petróleo e outros minerais e representa dois terços do país. A Venezuela questiona a posse do Essequibo desde o século 19. No início do século 20, uma mediação feita em Paris deu o território aos britânicos, mas a Venezuela nunca aceitou. Atualmente, a questão deve ser decidida pela Corte Internacional de Justiça, mas o país também não aceita a jurisdição da CIJ.

Em sua fala, Ali, também sem citar diretamente a questão do Essequibo, afirmou que Lula era essencial para a manutenção da paz na região.

Perguntado sobre esse papel pelos jornalistas que cobrem sua visita a Georgetown, Lula disse que era uma 'gentileza' de Ali, mas afirmou que o sinal que o Brasil quer dar ao mundo é de diálogo.

'É preciso que a gente tenha um pouco mais de paciência para não gerar mais violência. Quando começa a violência a gente sabe como começa mas não como termina. É mais fácil começar uma reunião antes da violência que tentar fazê-la depois. É esse o sinal que o Brasil quer passar ao mundo', afirmou.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu, em BrasíliaEdição de Pedro Fonseca)

Reuters

Compartilhar matéria

Mais lidas da semana

 

Carregando, aguarde...

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência.