Brasil vai manter suspensão de exportação de material de defesa a Israel, diz Lula na ONU
Brasil vai manter suspensão de exportação de material de defesa a Israel, diz Lula na ONU
Reuters
22/09/2025
Atualizada em 22/09/2025
Por Lisandra Paraguassu
(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que o Brasil vai manter a suspensão da venda de materiais de Defesa para Israel e controlar importações israelenses para que não venham de áreas de assentamentos ilegais.
'O Brasil se compromete a reforçar o controle sobre importações de assentamentos ilegais na Cisjordânia e manter suspensas as exportações de material de defesa, inclusive de uso dual, que possam ser usadas em crimes contra a humanidade e genocídio', disse o presidente.
A declaração foi feita durante Conferência de Alto Nível sobre a Palestina, chamada pela França para discutir a situação da Palestina.
O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou o reconhecimento do Estado Palestino em seu discurso nesta segunda e no domingo, em uma ação coordenada, Reino Unido, Austrália, Canadá e Portugal também fizeram o anúncio.
O Brasil reconheceu o Estado Palestino em 2010, ainda antes da Assembleia Geral da ONU, que o fez em 2012. Hoje, cerca de 140 países reconhecem a Palestina.
'Um Estado se assenta sobre três pilares: o território, a população e o governo. Todos têm sido sistematicamente solapados no caso palestino', disse Lula.
'Como apontou a Comissão de Inquérito sobre os Territórios Palestinos Ocupados, não há palavra mais apropriada para descrever o que está ocorrendo em Gaza do que genocídio.
O Brasil defende historicamente a chamada solução de dois Estados, com a criação de Israel e também um Estado palestino, movimento que vem crescendo desde os ataques de Israel à Faixa de Gaza, mas não é aceito pelo governo de Benjamin Netanyahu.
'Os atos terroristas cometidos pelo Hamas são inaceitáveis. O Brasil foi enfático ao condená-los. Mas o direito de defesa não autoriza a matança indiscriminada de civis', afirmou Lula.
'O que está acontecendo em Gaza não é só o extermínio do povo palestino, mas uma tentativa de aniquilamento de seu sonho de nação. Tanto Israel, quanto a Palestina têm o direito de existir. Trabalhar para efetivar o Estado palestino é corrigir uma assimetria que compromete o diálogo e obstrui a paz.'
(Por Lisandra Paraguassu, em Brasília)
Reuters

