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Caminhões de ajuda precisam dobrar para atender às necessidades básicas de Gaza, diz Programa Mundial de Alimentos

Caminhões de ajuda precisam dobrar para atender às necessidades básicas de Gaza, diz Programa Mundial de Alimentos

Reuters

06/03/2024

Placeholder - loading - Menino palestino é alimentado com mamadeira no hospital Abu Yousef al-Najjar, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, enquanto os moradores de Gaza enfrentam níveis críticos de fome e desnutrição crescente
Menino palestino é alimentado com mamadeira no hospital Abu Yousef al-Najjar, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, enquanto os moradores de Gaza enfrentam níveis críticos de fome e desnutrição crescente

GENEBRA (Reuters) - O número de comboios de ajuda humanitária que entra em Gaza diariamente precisa no mínimo dobrar para atender a algumas das necessidades mais básicas da população, disse o Programa Mundial de Alimentos (PMA) nesta quarta-feira.

A ONU alertou que a fome generalizada na Faixa de Gaza é 'quase inevitável' se algo não for feito. Organizações de auxílio humanitário afirmam que a escassez de alimentos no enclave, devastado por uma ofensiva israelense contra o Hamas, ocorre por conta das operações militares, da falta de segurança e de extensivas restrições à entrega de suprimentos essenciais.

A guerra de cinco meses já matou mais de 30.000 pessoas na Faixa, segundo autoridades sanitárias em Gaza.

'Eu diria que precisamos dobrar o patamar que temos agora. Estamos agora em cerca de 150 caminhões. Precisamos no mínimo de 300 caminhões entrando por dia', disse o vice-diretor-executivo e diretor de operações do Programa Mundial de Alimentos, Carl Skau, à Reuters.

'Mas, claro, no longo prazo, isso também precisa ser complementado com (suprimentos) comerciais.'

Antes do início do conflito, em outubro, Gaza dependia de 500 caminhões por dia. Neste momento, o auxílio pode chegar ao sul de Gaza pela passagem de Rafah, do Egito, e por Kerem Shalom, na fronteira com Israel.

O colapso da lei e da ordem em Gaza tem sido um grande obstáculo à distribuição da ajuda, uma vez que cinco meses de guerra destruíram muitas das instituições que sustentavam a ordem social no enclave palestino.

'O colapso da ordem civil é um desafio cada vez maior para nós', disse Skau. 'Há bandos armados que andam à solta, preenchendo o vácuo de segurança.'

Alguns comboios foram apreendidos por pessoas em busca de alimentos e todos os comboios que se deslocam para o norte de Gaza precisam de coordenação israelense para passarem em segurança pelos postos de controle e pelas zonas de conflito.

Na terça-feira, a primeira missão do PAM no norte de Gaza desde 20 de fevereiro -- um comboio de 14 caminhões de alimentos -- teve de dar meia-volta por ordem das Forças de Defesa Israelitas (IDF, em inglês) após três horas de espera no posto de controle de Wadi Gaza, disse a organização.

Segundo Skau, as autoridades de Israel não forneceram qualquer justificativa para o comboio ter precisado retornar.

O PAM disse que após os caminhões serem impedidos, foram reencaminhados e mais tarde parados por uma grande multidão de pessoas desesperadas que saquearam os alimentos, levando cerca de 200 toneladas.

Skau afirma que não tem como prever quando o PAM poderá fazer uma nova tentativa de entrega de mantimentos no norte de Gaza, mas disse que a organização está 'determinada a chegar lá o mais rápido possível'.

'Juntamos os produtos para podermos servir toda a população durante três meses, e isso pode aumentar amanhã, se a situação o permitir', explicou Skau.

'Iremos assim que sentirmos que as condições são aceitáveis.'

(Reportagem de Gabrielle Tétrault-Farber)

Reuters

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