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Candidatos a primeiro-ministro do Japão preparam propostas para liderança e mercados recuam

Candidatos a primeiro-ministro do Japão preparam propostas para liderança e mercados recuam

Reuters

08/09/2025

Placeholder - loading - Secretário-geral do PLD, partido governista do Japão. Toshimitsu Motegi, segura cartaz em Tóquio Takashi Aoyama/Pool via REUTERS/File Photo
Secretário-geral do PLD, partido governista do Japão. Toshimitsu Motegi, segura cartaz em Tóquio Takashi Aoyama/Pool via REUTERS/File Photo

Por Kaori Kaneko e Rocky Swift

TÓQUIO (Reuters) - Os parlamentares do partido governista no Japão prepararam nesta segunda-feira suas propostas para substituir o premiê Shigeru Ishiba, enquanto os mercados financeiros recuavam diante da incerteza política e da possibilidade do sucessor aumentar os gastos do governo.

Ishiba encerrou seu breve mandato no domingo, dizendo que estava assumindo a responsabilidade pelas eleições contundentes que fizeram com que sua coalizão governista perdesse a maioria em ambas as casas do Parlamento em meio à raiva dos eleitores em relação ao aumento do custo de vida.

Ele instruiu seu Partido Liberal Democrático (PLD) -- que governou o Japão durante a maior parte de sua história pós-guerra -- a realizar uma eleição de liderança de emergência. O partido planeja realizar a votação em 4 de outubro, disse à Reuters uma autoridade do PLD próxima ao assunto.

O iene afundou e os rendimentos dos títulos de super longo prazo atingiram recordes de alta depois que a renúncia de Ishiba alimentou a especulação de que as políticas favorecidas pelos possíveis sucessores -- como Sanae Takaichi, que tem uma visão fiscal mais leniente -- podem prejudicar a economia avançada mais endividada do mundo.

'O PLD está enfrentando a pior crise desde a sua fundação', disse o ex-ministro das Relações Exteriores Toshimitsu Motegi, 69 anos, aos repórteres na segunda-feira, ao anunciar seu plano de concorrer à liderança.

'Devemos nos unir rapidamente para enfrentar nossos sérios desafios em casa e no exterior e levar o país adiante.'

O secretário-chefe do Gabinete, Yoshimasa Hayashi, também pretende concorrer à liderança, disse à Reuters uma fonte próxima ao principal porta-voz do governo.

Os principais candidatos, entretanto, são a veterana do PLD Takaichi e Shinjiro Koizumi, filho do ex-primeiro-ministro Junichiro Koizumi, que ganhou destaque como ministro da Agricultura de Ishiba, encarregado de tentar controlar a alta dos preços do arroz.

A vitória de qualquer um deles seria um marco para o Japão: Takaichi, 64 anos, se tornaria a primeira líder mulher do país e Koizumi, 44 anos, o mais jovem da era moderna.

Nenhum dos dois anunciou formalmente sua candidatura, mas terminaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente, na última disputa pela liderança em setembro de 2024.

'Todas as indicações são de que eles se enfrentarão', disse Jeffrey Hall, professor de estudos japoneses na Universidade de Estudos Internacionais de Kanda.

Takaichi seria quem mais traria consequências para os investidores e para as relações diplomáticas do Japão. Ela ocupou vários cargos, inclusive o de ministra da Segurança Econômica e de Assuntos Internos.

Ela se destaca por sua oposição aos aumentos da taxa de juros pelo Banco do Japão e por seus apelos para aumentar os gastos a fim de impulsionar a frágil economia.

Os investidores estão apostando que o hiato político, por si só, atrasará os planos de aperto da política monetária do Banco do Japão.

A esperada candidatura à liderança da nacionalista Takaichi também será observada de perto pelo poderoso vizinho do Japão, a China.

Conhecida por suas posições conservadoras, como a revisão da Constituição pacifista, Takaichi é uma visitante regular do santuário Yasukuni para honrar os mortos de guerra do Japão, visto por Pequim e outros como um símbolo do militarismo do passado.

No início deste ano, Takaichi também visitou Taiwan, a ilha democrática reivindicada pela China, onde sugeriu que Taiwan, Japão e outros parceiros poderiam formar uma 'aliança de quase segurança'.

'A China pode adotar uma postura mais hostil em relação ao Japão, porque ela se apresenta como um falcão em relação à China', disse Hall, da Universidade de Kanda.

(Reportagem de Kaori Kaneko, Rocky Swift, Kantaro Komiya, Yoshifumi Takemoto e Tom Bateman)

Reuters

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