Casa Branca vai submeter plano de salão de baile para revisão, com demolição já em andamento
Casa Branca vai submeter plano de salão de baile para revisão, com demolição já em andamento
Reuters
22/10/2025
Por Jeff Mason e Nandita Bose
WASHINGTON (Reuters) - A Casa Branca disse na terça-feira que enviará os planos para o projeto de US$250 milhões de seu salão de baile a um órgão que supervisiona a construção de edifícios federais, embora o trabalho de demolição tenha começado no início desta semana.
O presidente dos EUA, Donald Trump, se alegrou na terça-feira com os sons de demolição na construção do salão de baile da Casa Branca, a primeira grande mudança na propriedade histórica em décadas.
Mas os críticos, horrorizados com as imagens dos muros da Casa Branca desmoronando depois que Trump prometeu que o projeto não iria interferir no marco existente, disseram que um processo de revisão deveria ter ocorrido antes do início das obras.
O governo ainda pretende submeter esses planos à Comissão Nacional de Planejamento da Capital (NCPC, na sigla em inglês), que supervisiona a construção federal em Washington e Estados vizinhos, disse um funcionário da Casa Branca à Reuters.
'Os planos de construção ainda não foram submetidos à Comissão Nacional de Planejamento da Capital, mas serão em breve', disse a autoridade, acrescentando que a NCPC não tem jurisdição sobre trabalhos de demolição.
A comissão agora é liderada por Will Scharf, um assessor da Casa Branca.
Questionado sobre o motivo da demolição dos muros da Ala Leste, apesar da promessa de Trump de que isso não afetaria o prédio existente, o funcionário disse que obras de modernização eram necessárias no local e que mudanças sempre foram uma possibilidade.
'O escopo e o tamanho sempre estiveram sujeitos a variações conforme o projeto se desenvolvia', disse.
Na terça-feira, o Fundo Nacional para a Preservação Histórica solicitou que o governo Trump suspendesse a demolição até que a revisão da comissão de planejamento fosse concluída. A carta expressou preocupação de que o salão de baile proposto, de 8.400 metros quadrados, 'sobrecarregaria a própria Casa Branca'. A Casa Branca tem 5.200 metros quadrados.
Ex-magnata do mercado imobiliário de Nova York, Trump realizou reformas no Salão Oval, no Rose Garden e em outras partes do complexo de mansões executivas desde que assumiu o cargo, em janeiro. Ele há muito tempo deseja construir um salão de baile para realizar reuniões maiores.
Trump afirmou que o projeto será custeado por ele próprio e por doadores, o que lhe permitirá evitar a busca por verbas governamentais aprovadas pelo Congresso. A iniciativa levantou questões sobre possíveis conflitos de interesse.
Bryan Green, que atuou como comissário da NCPC durante o governo do presidente democrata Joe Biden, disse que o trabalho de demolição estava conectado ao projeto do salão de baile.
'A demolição realmente não pode ser separada da nova construção que se segue', disse. 'Elas estão interligadas.'
Um pavilhão de tênis nos terrenos da Casa Branca, concluído durante o primeiro mandato de Trump, passou por um processo de revisão no NCPC e na Comissão de Belas Artes dos EUA, observou Green.
Fazer o mesmo tipo de revisão desta vez teria evitado o choque que muitos observadores sentiram, quando a demolição começou sem aviso prévio na segunda-feira. Trump disse mais tarde que a obra havia sido iniciada depois que imagens da demolição começaram a circular na imprensa.
A Casa Branca de Trump rejeitou as críticas, chamando-as de 'indignação fabricada'. Ela destacou as adições e reformas que foram feitas na mansão executiva e em seus jardins por presidentes, de Theodore Roosevelt a Bill Clinton.
'ISSO ME LEMBRA DINHEIRO'
O barulho alto da demolição da Ala Leste chamou a atenção de turistas que passavam pelo gramado sul da Casa Branca na terça-feira, fazendo com que várias pessoas parassem brevemente para ver as escavadeiras de demolição derrubando o telhado.
'Acho que é um desperdício total de dinheiro e demonstra uma total falta de respeito pelos prédios históricos da capital do nosso país, mas não é nenhuma surpresa', disse Catheryn Koss, 52 anos, da Califórnia. 'Achei que eles tinham dito que iriam preservá-lo.'
Vários democratas proeminentes também expressaram desaprovação.
'A casa não é dele. É a sua casa. E ele está destruindo-a', disse a ex-primeira-dama e ex-candidata presidencial democrata Hillary Clinton no X.
Houve alguma ambiguidade sobre quais entidades têm jurisdição sobre o projeto.
Priya Jain, que preside um comitê de conservação do patrimônio na Sociedade de Historiadores da Arquitetura, que expressou preocupação com o trabalho, disse que a Lei Nacional de Preservação Histórica de 1966 normalmente exige revisões para projetos que afetam edifícios históricos.
Mas uma exceção para a Casa Branca, o Capitólio e a Suprema Corte e seus terrenos significa que o projeto de Trump estava isento.
'Temos as melhores práticas sobre como fazer isso, e teria sido bom ver parte desse processo, mesmo que não fosse exigido por lei', disse.
(Reportagem de Jeff Mason, Nandita Bose, Courtney Rozen, Trevor Hunnicutt e Jessica Koscielniak)
Reuters

