Catar condena comentários 'imprudentes' de Netanyahu sobre escritório do Hamas
Catar condena comentários 'imprudentes' de Netanyahu sobre escritório do Hamas
Reuters
10/09/2025
(Reuters) - O Catar rebateu o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em uma declaração contundente na quinta-feira (no horário local, ainda quarta-feira em Brasília), considerando os comentários do israelense sobre o país do Golfo sediar um escritório do Hamas como 'imprudentes'.
A discussão acalorada ocorreu mais de um dia após Israel tentar matar líderes políticos do Hamas em um ataque aéreo no Catar, aumentando sua campanha militar no Oriente Médio e provocando uma enxurrada de condenações internacionais.
Nesta quarta-feira, Netanyahu advertiu o Catar, pedindo que expulse os líderes do Hamas ou leve-os à justiça.
'Porque se vocês não o fizerem, nós o faremos', disse.
Ele também acusou o Catar de fornecer abrigo seguro e financiamento ao Hamas, o que provocou uma forte reprimenda de Doha.
Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Catar condenou o que descreveu como 'ameaças explícitas de Netanyahu de futuras violações da soberania do Estado'.
'Netanyahu está plenamente ciente de que a hospedagem do escritório do Hamas ocorreu dentro da estrutura dos esforços de mediação do Catar solicitados pelos Estados Unidos e Israel', acrescentou o ministério.
'As negociações sempre foram realizadas de maneira oficial e transparente, com apoio internacional e na presença de delegações dos EUA e de Israel. A insinuação de Netanyahu de que o Catar abrigou secretamente a delegação do Hamas é uma tentativa desesperada de justificar um crime condenado pelo mundo inteiro.'
O Catar, ao lado do Egito, tem intermediado as negociações de paz entre o Hamas e Israel. O país alertou que o ataque de Israel a Doha ameaça inviabilizar essas negociações.
'Trabalharemos com nossos parceiros para garantir que Netanyahu seja responsabilizado e que suas ações imprudentes e irresponsáveis cheguem ao fim', disse o Ministério das Relações Exteriores.
(Reportagem de Hatem Maher)
Reuters