CELEBRIDADES NA PLATEIA: TENDÊNCIA ESPONTÂNEA OU ESTRATÉGIA?
GRANDES TURNÊS MOSTRAM COMO A PRESENÇA DE OUTROS FAMOSOS NA PLATEIA VIRA ATRAÇÃO EXTRA E GANHA REPERCUSSÃO NAS REDES
João Carlos
24/09/2025
Os grandes shows internacionais têm revelado uma nova tendência: o espetáculo já não está apenas no palco. A presença de celebridades na plateia virou um atrativo por si só, chamando atenção da imprensa e criando uma espécie de “show dentro do show”, que gera repercussão, engajamento nas redes e vídeos extras nas plataformas.
A turnê de reunião do Oasis é um exemplo claro desse fenômeno. Além do reencontro de Liam e Noel Gallagher nos palcos (em destaque acima), a série de apresentações virou ponto de encontro para nomes de Hollywood e da música. No Rose Bowl, em Pasadena, por exemplo, ninguém menos que Paul McCartney foi visto entre o público, acompanhado da esposa, Nancy. Outros rostos conhecidos também marcaram presença em diferentes datas: Tom Cruise, Ana de Armas, Kristen Stewart, Demi Lovato, Niall Horan e Louis Tomlinson. A impressão é de que cada show se tornava um evento social imperdível, onde estar na plateia também significava fazer parte da história.
Com a The Eras Tour, de Taylor Swift, encerrada há alguns meses, o fenômeno ganhou ainda mais força. Os camarotes de seus shows receberam desde figuras da realeza, como o príncipe William (em destaque acima), até estrelas do esporte como Serena Williams. Mas o que mais chamou atenção foi a presença de lendas do rock, como integrantes do Metallica e do Kiss, que foram assistir à estrela pop da nova geração. Essa mistura de ícones consagrados com o público jovem reforçou a dimensão cultural da turnê, transformando cada apresentação em um encontro de gerações.
O mesmo clima pôde ser observado no recente show de despedida de Ozzy Osbourne, onde o ator Jason Momoa foi flagrado emocionado entre os fãs (em destaque acima). A cena ganhou repercussão imediata e mostrou como até os momentos mais íntimos da história do rock se tornaram vitrines de celebridades.
Diante disso, a pergunta é inevitável: trata-se de algo espontâneo ou de uma estratégia bem articulada? Parte desse movimento é natural — afinal, artistas também são fãs e querem vivenciar shows históricos. Mas é difícil ignorar o impacto midiático de ver nomes como Paul McCartney em um show do Oasis, ou membros do Metallica prestigiando Taylor Swift. Para quem está no palco, essas aparições reforçam o status de “evento cultural global”; para quem aparece na plateia, trata-se de visibilidade e associação direta a momentos de grande repercussão.
O resultado é um novo tipo de expectativa: não apenas sobre qual música será tocada, mas também sobre quem estará assistindo. Entre a espontaneidade e a estratégia, o fato é que os grandes shows de hoje já são mais do que concertos — tornaram-se experiências sociais e culturais que ultrapassam fronteiras, geram manchetes e consolidam a música como parte do imaginário coletivo.


