Capa do Álbum: Antena 1
A Rádio Online mais ouvida do Brasil
Antena 1
Ícone seta para a esquerda Veja todas as Notícias.

Cento e vinte mil armênios de Karabakh partirão para a Armênia

Placeholder - loading - Crianças em Nagorno-Karabakh 21/09/2023 Ministério da Defesa da Rússia/Handout via REUTERS
Crianças em Nagorno-Karabakh 21/09/2023 Ministério da Defesa da Rússia/Handout via REUTERS

Publicada em  

Por Felix Light e Guy Faulconbridge

PERTO DE KORNIDZOR (Reuters) - Os 120 mil armênios da etnia de Nagorno-Karabakh partirão para a Armênia porque não querem viver como parte do Azerbaijão e temem a limpeza étnica, disse a liderança da região separatista à Reuters no domingo.

O primeiro-ministro da Armênia disse que os armênios de Karabakh provavelmente deixariam a região e que o país está pronto para acolhê-los, após uma derrota na semana passada no Azerbaijão em um conflito que se iniciou após a queda da União Soviética.

Os armênios de Karabakh -- um território reconhecido internacionalmente como parte do Azerbaijão, mas anteriormente fora do controle de Baku – foram forçados a declarar um cessar-fogo no dia 20 de setembro após uma operação militar relâmpago de 24 horas liderada por militares azerbaijanos mais poderosos.

O Azerbaijão afirma que irá garantir os seus direitos e integrar a região, mas os armênios temem repressão.

'Nosso povo não quer viver como parte do Azerbaijão. 99,9% prefere deixar nossas terras históricas', disse à Reuters o conselheiro de Samvel Shahramanyan, presidente da autodenominada República de Artsakh, David Babayan.

'O destino do nosso pobre povo ficará na história como uma desgraça e uma vergonha, tanto para a população armênia quanto para todo o mundo civilizado', disse Babayan. 'Os responsáveis ​ terão que responder diante de Deus por seus pecados.'

Os líderes armênios de Karabakh afirmaram em comunicado que todos aqueles que ficaram desalojados devido à operação militar do Azerbaijão e que quisessem partir seriam escoltados para a Armênia pelas forças de manutenção da paz russas.

Repórteres da Reuters que estão próximos à vila de Kornidzor, na fronteira com a Armênia, viram alguns carros bastante carregados passando pela Armênia. Um dos motoristas disse que era de Nagorno-Karabakh.

Não ficou claro quando a maior parte da população se deslocaria pelo corredor de Lachin, que liga o território à Armênia, onde o primeiro-ministro Nikol Pashinyan enfrentou pedidos para se demitir por não ter conseguido salvar Karabakh.

ÊXODO EM MASSA

Em discurso feito à nação, Pashinyan disse que a ajuda humanitária chegou, mas os armênios de Karabakh ainda enfrentam 'o perigo da limpeza étnica'.

'Se não forem criadas condições adequadas para os armênios de Nagorno-Karabakh viverem nas suas casas, e se não houver mecanismos de proteção eficazes contra a limpeza étnica, vai aumentar a probabilidade de esse povo ver o exílio da sua terra natal como a única maneira de salvar sua vida e identidade', disse Pashinyan, de acordo com uma transcrição oficial.

Um êxodo em massa poderá mudar o equilíbrio de poder já delicado na região do Sul do Cáucaso, uma colcha de retalhos de etnias entremeada por oleodutos e gasodutos onde a Rússia, os Estados Unidos, a Turquia e o Irã lutam por influência.

A vitória do Azerbaijão da semana passada parece trazer um fim decisivo a um dos 'conflitos congelados' da dissolução da União Soviética que durou décadas. O presidente Ilham Aliyev disse que seu 'punho de ferro' relegou à história a ideia de um Karabakh étnico armênio independente e que a região seria transformada em um 'paraíso' como parte do Azerbaijão.

A Armênia afirma que mais de 200 pessoas foram mortas e 400 ficaram feridas na operação militar do Azerbaijão. O destino da população étnica armênia levantou preocupações em Moscou, Washington e Bruxelas.

Escrito por Reuters

Últimas Notícias

  1. Home
  2. noticias
  3. cento e vinte mil armenios de …

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência.