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CEO da Gerdau diz que empresa sofre cortes de 70% na energia em parque solar

CEO da Gerdau diz que empresa sofre cortes de 70% na energia em parque solar

Reuters

10/09/2025

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Complexo de energia solar

SÃO PAULO (Reuters) - O tema da energia é uma das 'maiores frustrações' do CEO da siderúrgica Gerdau, ​Gustavo Werneck, que disse nesta quarta-feira que a companhia vem sofrendo cortes de geração em um parque solar em Minas Gerais de cerca de 70%.

Os chamados 'curtailment', um dos principais problemas do setor elétrico brasileiro, acontece por limitações impostas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) às usinas eólicas e solares, por razões operativas como gargalos na rede de transmissão de energia e outros fatores.

Eles impõem prejuízos financeiros milionários às geradoras, mas também têm atingido os chamados autoprodutores, como a Gerdau, que opera o parque solar Arinos, localizado na cidade de mesmo nome de Minas Gerais, em parceria com a Newave Energia. O complexo, inaugurado em meados deste ano, contou com investimentos de R$1,5 bilhão.

'Na energia solar, colocamos mais de R$1,5 bilhão nos últimos anos em parques solares, tem um parque no interior de Minas com mais de 750 mil painéis solares, aloco o capital, busco dinheiro... aí vem o operador do sistema e começa a cortar meus parques', disse Werneck, durante apresentação no Neosummit COP30, realizado nesta quarta-feira em São Paulo.

Segundo ele, o parque está 'operando com curtailment de 70%'.

'Tenho dificuldade de entender por que o Brasil no momento está despachando térmica a carvão e a gente não consegue operar os parques nossos totalmente renováveis', afirmou.

Para o executivo, a situação espelha que uma das 'grandes dores de cabeça que o industrial, que o empresário do Brasil segue tendo, é o tema de energia'.

Ele comentou também que a Gerdau fez 'grande investimento' para produzir todos os aços necessários para a indústria de energia eólica, da base do aerogerador até o eixo principal, e agora 'esta indústria acabou', referindo-se aos produtores de equipamentos que deixaram o Brasil.

Ele citou também o preço do gás do Brasil, que tira a competitividade da indústria siderúrgica brasileira.

'O gás natural, que é o insumo mais relevante para trazer competitividade para indústria brasileira para descarbonizar, continua com preço absurdo', afirmou, citando que a empresa, que opera há mais de 30 anos nos Estados Unidos, paga US$3 por milhões de BTU lá, enquanto no Brasil o custo é de US$16.

Procurada, a Gerdau afirmou que o executivo comentava sobre a operação em Arinos, ao falar dos cortes de geração. A empresa não comentou imediatamente sobre os prejuízos devido à determinação do operador nacional do sistema elétrico.

O ONS não comentou o tema imediatamente.

(Por Roberto Samora)

Reuters

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