CORREÇÃO-Chanceler brasileiro diz não concordar com crítica da Casa Branca a Lula sobre guerra na Ucrânia
Publicada em
Atualizada em
(Corrige 2º parágrafo para 'Kirby ter feito as críticas', em lugar de 'Lavrov ter feito as críticas')
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou na noite desta segunda-feira que não ouviu as críticas do porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, aos comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a guerra na Ucrânia.
Após reunião com Lula e o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, em Brasília, Mauro Vieira disse ainda que não concorda e desconhece a razão de Kirby ter feito as críticas.
'De forma alguma concordo. Não sei como nem por que ele chegou a essa conclusão, mas não concordo de forma alguma', disse o chanceler brasileiro, ao sair do encontro no Palácio da Alvorada. Vieira ressaltou que não tinha acompanhado a fala.
'Desconheço as razões pelas quais ele disse isso', acrescentou.
Mais cedo, a Casa Branca criticou Lula e o acusou de estar reproduzindo 'propaganda russa e chinesa' ao tratar da guerra entre Rússia e Ucrânia. Kirby afirmou que os comentários de Lula foram 'simplesmente equivocados'.
Vieira afirmou ainda na noite desta segunda-feira que Lula reiterou que o Brasil está disposto a cooperar com a paz. Segundo ele, o país está pronto para se unir a um grupo de países que quiserem conversar sobre a paz na Ucrânia.
O chanceler brasileiro disse ainda que Lavrov trouxe a Lula uma carta convite para Lula participar de um fórum econômico em São Petersburgo. Conforme Vieira, a visita desta sexta-feira de Lavrov a Lula foi de cortesia.
No domingo, Lula voltou a colocar o governo ucraniano como um dos responsáveis pela guerra na Ucrânia. Em entrevista coletiva ao deixar hotel em Abu Dhabi, onde encerrou uma visita oficial, Lula afirmou que os EUA e os países europeus que fornecem armas à Ucrânia contribuem para a continuidade do conflito.
'Eu penso que a construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra, porque a decisão da guerra foi tomada por dois países e agora o que nós estamos tentando construir? Nós estamos tentando construir um grupo de países que não têm nenhum envolvimento com a guerra, que não querem a guerra, que defendem construir paz no mundo para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia', disse Lula na ocasião.
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO