Chanceler da Alemanha pede rápido acordo com EUA sobre tarifas a poucos dias do prazo final
Chanceler da Alemanha pede rápido acordo com EUA sobre tarifas a poucos dias do prazo final
Reuters
03/07/2025
Por Andreas Rinke e Matthias Williams
BERLIM (Reuters) - O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, pediu à União Europeia nesta quinta-feira que resolva uma disputa sobre tarifas comerciais com os Estados Unidos o mais rápido possível para proteger os principais setores da economia do bloco, como carros, aço e produtos farmacêuticos.
Em discurso em um evento do setor bancário, Merz disse que a Europa precisa enfrentar a perspectiva de os Estados Unidos enfraquecerem seu compromisso com a Europa e que há dúvidas justificadas sobre se os dois lados continuarão a compartilhar interesses comuns no longo prazo.
Os comentários de Merz ressaltam a urgência de um acordo tarifário antes do prazo final de 9 de julho, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou aumentar as tarifas para até 50%, prejudicando as empresas europeias, inclusive na Alemanha, uma potência exportadora.
'Faremos, eu farei, tudo para manter os Estados Unidos da América do nosso lado. Mas também devemos nos preparar para o fato de que, no mínimo, o compromisso dos Estados Unidos com a Europa e na Europa diminuirá', disse Merz.
'É preciso chegar a um resultado rápido. É melhor ser rápido e simples do que demorado e complicado, e ainda em negociação por meses', acrescentou.
Desde que se tornou chanceler este ano, Merz tem pressionado para que a Europa desenvolva sua própria capacidade de combater ameaças externas sem ter que depender de Washington.
'E ninguém deve ter a menor dúvida sobre nossa determinação', disse Merz.
'Mesmo que surjam dúvidas, por exemplo, sobre se compartilhamos interesses comuns com os Estados Unidos da América a longo prazo. Sim, as dúvidas existem e podem até ser justificadas.'
A UE quer alívio imediato das tarifas comerciais sobre setores-chave como parte de qualquer acordo comercial com os EUA, mas o bloco espera que até mesmo um acordo na melhor das hipóteses inclua um grau de assimetria, disseram diplomatas da UE à Reuters esta semana.
(Reportagem de Andreas Rinke e Matthias Williams)
Reuters