Capa do Álbum: Antena 1
A Rádio Online mais ouvida do Brasil
Antena 1

CHINA E RÚSSIA PLANEJAM USINA NUCLEAR NA LUA ATÉ 2035

PROJETO CONJUNTO PROMETE IMPACTO TECNOLÓGICO, GEOPOLÍTICO E ECONÔMICO NA NOVA CORRIDA ESPACIAL INTERNACIONAL

João Carlos

01/07/2025

Placeholder - loading - Crédito da imagem: collectlo.com
Crédito da imagem: collectlo.com

As ambições espaciais de China e Rússia deram um novo salto em 2025 com o anúncio oficial de um projeto inédito: a construção de uma usina nuclear na Lua até 2035. A instalação faz parte da International Lunar Research Station (ILRS), uma base científica lunar que visa consolidar uma presença permanente no satélite natural da Terra.

Energia nuclear e cooperação espacial

Apresentado durante uma conferência em Xangai e formalizado em acordos bilaterais assinados entre abril e maio de 2025, o plano prevê que a usina nuclear lunar abasteça os sistemas da ILRS com energia constante, mesmo durante os longos períodos de escuridão na superfície lunar. O fornecimento estável de eletricidade será essencial para permitir missões de longa duração, experimentos científicos e possível presença humana no futuro.

A estrutura contará com painéis solares complementares, módulos autônomos e tubulações de energia, em um plano que também explora tecnologias de montagem remota com robôs espaciais.

Disputa geopolítica e simbolismo estratégico

Imagem de conteúdo da notícia "CHINA E RÚSSIA PLANEJAM USINA NUCLEAR NA LUA ATÉ 2035" #1
Toque para aumentar

O projeto lunar de China e Rússia é visto como uma clara resposta à iniciativa Artemis, liderada pelos Estados Unidos. Em vez de se unir aos Artemis Accords, Pequim e Moscou apostam em um consórcio independente com até 17 países parceiros, em uma estratégia de diplomacia espacial multipolar apelidada de Projeto 555.

A corrida por influência fora da Terra também tem dimensão militar. Embora o uso de energia nuclear na Lua tenha fins oficialmente científicos, especialistas ocidentais alertam para o potencial dual da tecnologia — que pode ter aplicações civis e também militares. O tema se tornou ponto de alerta em análises de segurança internacional.

Impacto econômico e projeção industrial

A iniciativa lunar também possui implicações econômicas profundas. A parceria aproveita o know-how nuclear da Rússia, uma das maiores exportadoras de reatores do mundo, e a força de expansão industrial e tecnológica da China.

O projeto promete gerar inovação em setores como energia, robótica, telecomunicações e infraestrutura lunar, com impactos diretos em suas cadeias produtivas. Também fortalece o soft power econômico de ambos os países ao envolver países aliados e atrair investimentos em tecnologia de ponta.

Além disso, a possibilidade futura de exploração de hélio-3, abundante na Lua e promissor como fonte de energia limpa, traz expectativas de retorno financeiro e avanços energéticos, embora ainda distantes.

O que muda para a população dos países envolvidos

Para a população chinesa e russa, o projeto pode gerar resultados práticos indiretos por meio da expansão da indústria espacial, formação de mão de obra especializada, fortalecimento da pesquisa acadêmica e estímulo à inovação tecnológica. Também reforça o discurso de orgulho nacional e protagonismo global.

No longo prazo, a cooperação também pode influenciar acordos comerciais, regulação internacional e uso compartilhado de recursos no espaço.

O que dizem os países e analistas:

China

Imagem de conteúdo da notícia "CHINA E RÚSSIA PLANEJAM USINA NUCLEAR NA LUA ATÉ 2035" #2
Toque para aumentar

O engenheiro-chefe do programa lunar chinês, Wu Weiren (em destaque acima), reafirmou a cooperação com a Rússia durante uma apresentação para os países participantes da ILRS:

“Uma questão importante para a ILRS é o fornecimento de energia, e nisso a Rússia tem uma vantagem natural. Quando se trata de usinas nucleares — especialmente enviá-las ao espaço — ela lidera o mundo, está à frente dos Estados Unidos.”

Imagem de conteúdo da notícia "CHINA E RÚSSIA PLANEJAM USINA NUCLEAR NA LUA ATÉ 2035" #3
Toque para aumentar

Durante uma apresentação em Xangai, o oficial espacial Pei Zhaoyu (acima) comentou sobre a ILRS:

“A base lunar pode contar também com grandes painéis solares, além de tubulações e cabos para aquecimento e fornecimento de energia elétrica instalados na superfície da Lua.”

Rússia

Imagem de conteúdo da notícia "CHINA E RÚSSIA PLANEJAM USINA NUCLEAR NA LUA ATÉ 2035" #4
Toque para aumentar

Yuri Borisov (na imagem logo acima), então chefe da Roscosmos, comentou em março de 2024:

“Hoje estamos considerando seriamente um projeto — por volta de 2033 a 2035 — para entregar e instalar uma unidade de energia na superfície lunar, junto com nossos colegas chineses.”

Em maio de 2024, ele reforçou o desenvolvimento:

“Começamos o desenvolvimento de uma usina nuclear para a futura estação lunar conjunta com a China.”

EUA

Imagem de conteúdo da notícia "CHINA E RÚSSIA PLANEJAM USINA NUCLEAR NA LUA ATÉ 2035" #5
Toque para aumentar

O especialista em segurança espacial dos EUA, Gen. B. Chance Saltzman, destacou a dimensão estratégica do projeto:

“A parceria entre os dois adversários dos EUA... e o plano de construir uma usina nuclear conjunta na Lua... reforçam a crescente militarização e competição geopolítica no espaço.”

Uma nova fase para a corrida espacial internacional

Essas declarações indicam que os planos sino-russos contam com um cronograma definido (2033–2035), com coordenação técnica estratégica entre reatores nucleares russos e engenharia espacial chinesa, além de um apoio internacional crescente, com compromissos formais e parcerias previstas no escopo da ILRS.

Com isso, a usina nuclear lunar se posiciona não apenas como um avanço científico e tecnológico, mas como uma iniciativa que pode redefinir o equilíbrio de poder e influência no cenário espacial do século XXI.

Compartilhar matéria

Mais lidas da semana

 

Carregando, aguarde...

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência.