Cinema é atividade cultural mais consumida pelos brasileiros, diz pesquisa
Livros aparecem em segundo lugar
Redação
07/02/2025
Entre as atividades culturais consumidas pelos brasileiros nos últimos 12 meses, ingressos de cinema aparecem em primeiro lugar, com menções de 19% dos entrevistados da pesquisa “Panorama do Consumo de Livros”.
O levantamento da Câmara Brasileira do Livro (CBL), realizado pela Nielsen BookData, mostra os livros em segundo lugar (16%), seguidos de ingressos para shows (11%), ingressos para jogos de futebol (5,1%), ingressos para teatro (5%) e ingressos para museus (4%).
49% dos brasileiros prefeririam comprar livros em lojas físicas, caso os preços fossem equivalentes, enquanto 44% optariam por lojas online. Além disso, 42% dos consumidores adquiriram entre 3 e 5 livros no último ano, e 11,5% compraram mais de 10 obras.
As mulheres representam 62% dos consumidores que adquiriram mais de 10 livros nos últimos 12 meses. Dentre elas, 41% pertencem à classe B, predominante no Nordeste, e 39% à classe C, com maior concentração no Sudeste. As principais razões para a compra de um livro foram crescimento pessoal e lazer.
Quanto aos hábitos de compra, 55% dos consumidores preferem adquirir livros online, atraídos pelas ofertas e pela conveniência. Por outro lado, 39% optam pela compra presencial, valorizando a experiência de manusear o livro antes da compra, a disponibilidade imediata e a maior variedade de títulos.
Em relação aos preços, os consumidores consideram os livros para entretenimento e lazer (48%) e os livros infantis e juvenis (40%) nem caros nem baratos. Já os livros escolares (55%) e os livros voltados para aprimoramento pessoal e profissional (41%) foram classificados pela maioria como caros.
Sobre os formatos, 56% dos consumidores compraram exclusivamente livros impressos nos últimos 12 meses, enquanto 14% adquiriram apenas livros digitais. Outros 30% compraram tanto impressos quanto digitais.
A pesquisa também aponta que, na última compra presencial, os gêneros mais procurados foram: não-ficção para adultos (59,9%), ficção adulta (36,7%) e científico, técnico e profissional (14,2%). Já na última compra online, os gêneros mais populares foram: não-ficção para adultos (57,7%), ficção adulta (39,3%) e científico, técnico e profissional (15,1%).
Não compradores
O estudo apurou que 84% dos não compradores reconhecem a leitura como uma atividade importante. A falta de tempo (31,8%) é o principal motivo apontado pelos não consumidores para não terem adquirido nenhum livro nos últimos 12 meses. O acesso a PDFs e a disponibilidade de livros digitais gratuitos, somados, ocupam a segunda posição, sendo mencionados por 32,4% dos não consumidores. Já o preço aparece em terceiro lugar, apontado por 16,7%.
Entre os fatores que desmotivam a aquisição de livros, destacam-se o preço (35,5%), a falta de livrarias na região (26,2%) e a falta de tempo para ler (24,2%). A percepção de preço elevado aparece em relação a outros bens culturais. Para 52% das pessoas, os ingressos para shows são caros, enquanto partidas de futebol em estádios (44%) e canais esportivos pay-per-view (37%) também são considerados financeiramente inacessíveis por uma parcela significativa do público.
A análise por classe social mostra que a percepção sobre o preço varia entre os grupos econômicos. Para as classes A e B, o fator preço pesa mais (50% e 48%, respectivamente), enquanto, entre as classes C e DE, esse percentual é menor (46% e 42%).
Quando questionados sobre quais livros tentaram ou gostariam de ter comprado, mas consideraram caros, a maioria dos não consumidores (35%) mencionou títulos voltados ao aprimoramento pessoal e profissional.
Metodologia
Realizado entre 14 e 20 de outubro de 2024,o estudo envolveu 16 mil entrevistas com pessoas maiores de 18 anos, em todas as regiões do Brasil e em todos os estratos socioeconômicos (A, B, C, DE). A margem de erro é de 0,8% e o nível de confiança, de 95%.
Redação