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Coalizão governista do Japão se divide, colocando em dúvida candidatura de Takaichi a primeira-ministra

Coalizão governista do Japão se divide, colocando em dúvida candidatura de Takaichi a primeira-ministra

Reuters

10/10/2025

Placeholder - loading - Líder do partido governista do Japão, Sanae Takaichi, em Tóquio 10/10/2025 Kyodo/via REUTERS
Líder do partido governista do Japão, Sanae Takaichi, em Tóquio 10/10/2025 Kyodo/via REUTERS

Por Kantaro Komiya e Tim Kelly

TÓQUIO (Reuters) - A candidatura de Sanae Takaichi para se tornar a primeira mulher primeira-ministra do Japão foi colocada em dúvida nesta sexta-feira, quando o parceiro de coalizão minoritário de seu partido governista se retirou da aliança.

O Partido Liberal Democrático (PLD), que governou o Japão durante quase toda a era pós-guerra, escolheu a conservadora linha-dura Takaichi como sua nova líder em uma votação no fim de semana. Mas ela precisa obter aprovação no Parlamento para se tornar a primeira-ministra no final deste mês.

Isso foi considerado bastante simples, já que sua coalizão tinha, de longe, o maior número de assentos, embora não tivesse a maioria. Porém, com a saída do aliado Komeito e os partidos de oposição buscando se unir em torno de um candidato alternativo, seu caminho de repente se tornou menos certo.

Depois de uma reunião com Takaichi nesta sexta-feira, o líder do Komeito, Tetsuo Saito, disse que a parceria de 26 anos entre os dois partidos havia se rompido devido ao fracasso do PLD em responder a um escândalo de financiamento político que perseguiu o grupo governista por dois anos.

Ele disse que o Komeito não apoiará Takaichi na votação no Parlamento, que deverá ser realizada na segunda quinzena de outubro.

Takaichi chamou a decisão do Komeito de 'extremamente lamentável', mas disse que fará o possível para obter o apoio do Parlamento.

A turbulência política ocorre antes de uma série de compromissos diplomáticos japoneses, com cúpulas multilaterais na Malásia e na Coreia do Sul, e a visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Japão, amplamente esperada no final do mês.

O iene se fortaleceu em até 0,5%, para 152,38 por dólar, após a notícia. Ele havia caído para o nível mais baixo em oito meses no início desta semana, já que os investidores temiam que os grandes planos de gastos de Takaichi pesassem sobre a quarta maior economia do mundo.

Yoshinobu Tsutsui, chefe do maior lobby empresarial do Japão, o Keidanren, também lamentou a decisão do Komeito e disse estar preocupado com a instabilidade política.

'Com os desafios políticos urgentes se acumulando no país e no exterior e os principais compromissos diplomáticos iminentes, a estabilidade política é indispensável. Nesse contexto, é realmente lamentável que o Komeito tenha feito esse anúncio', disse ele.

Com a saída do Komeito, Takaichi pode tentar intermediar alianças com outros partidos, como o Partido da Inovação, de centro-direita.

Mas eles podem pensar duas vezes, disse James Brown, professor de Ciências Políticas da Temple University Japan.

'É muito provável que este seja um governo impopular e potencialmente de vida muito curta, dadas as fraquezas reais que o acompanham. Você quer vincular seu partido a isso?'

Enquanto isso, o Partido Democrático Constitucional (PDC), principal partido de oposição, sugeriu que pode apoiar o carismático líder de outro partido de oposição, Yuichiro Tamaki, como candidato a desafiar Takaichi pelo cargo de primeiro-ministro.

Tamaki, líder do populista Partido Democrático para o Povo (PDP), disse em um post no X que está 'preparado para servir como primeiro-ministro' e que está profundamente honrado com o apoio do PDC.

Os partidos de oposição podem apresentar seus próprios candidatos quando o Parlamento se reunir para votar no próximo primeiro-ministro.

Qualquer candidato que garanta a maioria simples no primeiro turno ganha a nomeação. Caso contrário, os dois candidatos com mais votos vão para o segundo turno.

Juntos, o PDC e o PDP controlam 175 assentos na câmara baixa. O PLD é o maior partido com 196 assentos, 37 a menos que a maioria.

(Reportagem de Makiko Yamazaki, Kantaro Komiya, Leika Kihara e Tim Kelly)

Reuters

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