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COMO FRANK SINATRA SE TORNOU UM DOS PRIMEIROS VENCEDORES DO GRAMMY

A CONSAGRAÇÃO DE UMA LENDA NO NASCIMENTO DA MAIOR PREMIAÇÃO DA MÚSICA

João Carlos

02/07/2025

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Antes que nomes como Michael Jackson, Whitney Houston e Beyoncé dominassem os palcos do Grammy Awards, um artista já personificava o glamour, o talento e o estrelato que definiriam os padrões da música popular global. Estamos falando de Frank Sinatra, que entrou para a história como um dos primeiros artistas premiados pelo Grammy, consolidando sua posição como ícone absoluto da cultura americana do século XX.

A criação do Grammy e o início de uma nova era na música

O Grammy Awards foi criado em 1957 pela então recém-formada National Academy of Recording Arts and Sciences (hoje, The Recording Academy), com o objetivo de reconhecer excelência artística e técnica na indústria fonográfica. A primeira cerimônia aconteceu em 4 de maio de 1959, celebrando os destaques do ano anterior em 28 categorias.

Naquele primeiro evento, além de Frank Sinatra, também foram consagrados nomes como:

  • Ella Fitzgerald (na imagem abaixo), que levou dois prêmios — incluindo Melhor Performance Vocal Feminina com “Ella Fitzgerald Sings the Irving Berlin Song Book”;
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  • Domenico Modugno, vencedor de Gravação do Ano com o clássico internacional “Nel Blu Dipinto di Blu” — mais conhecido como “Volare”, um sucesso que transcendeu fronteiras linguísticas e culturais.

Essa estreia histórica marcou o início de uma tradição que transformaria o Grammy na mais importante premiação da música mundial.

Sinatra e o Grammy: um encontro simbólico

Na estreia da premiação, Frank Sinatra venceu dois Grammys:

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  • Melhor Performance Vocal Masculina, com o clássico álbum Only the Lonely
  • Melhor Arranjo, ao lado do maestro Nelson Riddle

Only the Lonely foi lançado em 1958 e é considerado uma das obras-primas de sua carreira. O disco apresenta uma seleção de baladas melancólicas, com interpretações emocionalmente densas que exploram temas como solidão, desilusão amorosa e introspecção — temas que Sinatra traduziu como poucos em sua época.

A vitória no Grammy não apenas reforçou seu status como intérprete mais influente de sua geração, mas também inaugurou uma longa relação com a premiação: ao longo de sua carreira, Frank Sinatra acumularia 9 vitórias competitivas e 3 honrarias especiais, incluindo o Grammy Legend Award (1994) e o Lifetime Achievement Award (1966).

Sinatra foi o primeiro pop star a vencer o Grammy?

Embora o termo pop star ainda estivesse sendo moldado no fim dos anos 1950, Sinatra já personificava o arquétipo moderno dessa figura. Ele reunia atributos que mais tarde seriam fundamentais para o pop:

  • Presença midiática dominante
  • Aparições constantes na televisão e no cinema
  • Estilo visual icônico
  • Legião de fãs fervorosa
  • E, claro, carisma inconfundível no palco

Sinatra não apenas cantava, ele representava uma era, e seu reconhecimento pelo Grammy no ano de estreia da premiação reforça seu papel como precursor da cultura pop como a conhecemos hoje.

Conquistas, prêmios e um legado que atravessa gerações

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Polêmicas à parte, se Frank Sinatra foi ou não o primeiro pop star da história, é inegável que poucos artistas acumularam tantas conquistas emblemáticas e mantiveram sua relevância por tantas décadas. Além dos Grammy Awards, seu currículo inclui prêmios no cinema, na televisão e uma reverência pública rara — transformando-o em um verdadeiro ícone da cultura americana.

prêmios mais relevantes de sua carreira:

  • 9 Grammy Awards competitivos, incluindo “Álbum do Ano” (1966, September of My Years)
  • Grammy Lifetime Achievement Award (1966) e Grammy Legend Award (1994)
  • Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por A Um Passo da Eternidade (1953)
  • Indicações ao Globo de Ouro e homenagens da indústria cinematográfica
  • Medalha Presidencial da Liberdade (1985) e Medalha de Ouro do Congresso dos EUA (1997), ambas por sua contribuição às artes e à cultura americana

Essa coleção de prêmios comprova que Sinatra foi muito além da música — ele foi um fenômeno completo de entretenimento, influência e resistência artística.

“That’s life”: a música que renasceu com Coringa

Entre as dezenas de canções eternizadas por Sinatra, uma delas atravessou o tempo e voltou aos holofotes com força: “That’s Life”, lançada originalmente em 1966. A música, com sua melodia vigorosa e letra sobre ressignificar derrotas e recomeçar com coragem, encapsula como poucas a filosofia de Sinatra — e por isso, encontrou novo significado ao ser usada de forma impactante no filme Coringa (Joker, 2019).

A canção embala momentos cruciais do personagem vivido por Joaquin Phoenix, agregando à narrativa camadas de ironia, dor e redenção. Com isso, “That’s Life” ganhou milhões de novos streams, reentrou em paradas digitais e passou a ser redescoberta por uma nova geração.

Esse fenômeno reforça a força da obra de Sinatra, que não envelhece — ela apenas se transforma, se reinventa e se reintegra ao contexto cultural de cada tempo.

Veja a seguir a icônica performance de “That’s Life” no especial televisivo Frank Sinatra – A Man And His Music Part II:

Sinatra, o tempo e a permanência

Frank Sinatra foi — e ainda é — reconhecido, redescoberto e reinterpretado. De "My Way" a "Strangers in the Night", passando por “New York, New York” e “That’s Life”, sua discografia segue sendo trilha sonora de filmes, séries, comerciais e da própria vida real.

Ao ser um dos primeiros artistas agraciados com um Grammy e, ao mesmo tempo, seguir em evidência décadas depois de sua morte, Sinatra prova que sua carreira foi construída com os pilares que sustentam os verdadeiros clássicos: talento, autenticidade, consistência e alma.

Décadas depois, nomes como Elton John, Stevie Wonder, Madonna, Whitney Houston, Beyoncé e Adele seguiriam os passos dos mestres, conquistando o público com a mesma mistura de talento vocal, personalidade marcante e sensibilidade emocional — elementos eternizados por Sinatra e Ella Fitzgerald, considerada uma das intérpretes supremas do chamado Great American Songbook.

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