Cortes de geração renovável na China trarão riscos às receitas na próxima década, diz Wood Mackenzie

PEQUIM (Reuters) - A redução dos fluxos de energia renovável para equilibrar a rede elétrica da China em momentos de alta oferta ou baixa demanda apresentará riscos para a receita dos investidores nos próximos 10 anos, disse a consultoria Wood Mackenzie em relatório publicado nesta segunda-feira.

A previsão é de que as taxas de cortes de energia solar sejam, em média, superiores a 5% em 21 províncias nos próximos 10 anos, segundo a previsão da Wood Mackenzie.

Isso representaria um aumento em relação a apenas 10 províncias que experimentaram esse nível de cortes de janeiro a agosto deste ano, de acordo com os dados mais recentes do National New Energy Consumption Monitoring and Early Warning Center.

Os cortes de geração são realizados pelos operadores de sistemas elétricos, que limitam a quantidade de energia ofertada para manter um equilíbrio com a demanda ou devido a restrições na infraestrutura de rede.

A perspectiva para as taxas de cortes de energia eólica é menos severa, conforme o relatório, que aponta reduções acima de 5% em sete províncias na próxima década.

Quatorze províncias registraram esse nível de redução nos primeiros oito meses de 2025, de acordo com os dados do centro de monitoramento.

As províncias com taxas de cortes de energia mais altas terão mais dificuldade para atrair investimentos sob um novo mecanismo de preços de energia que introduz leilões regionais em vez de taxas fixas de retorno, de acordo com Sharon Feng, da Wood Mackenzie, analista sênior do mercado de energia da China.

A China estabeleceu um limite nacional de 10% de cortes de energia renovável. Esse número foi flexibilizado no ano passado em relação aos 5% anteriores, já que se tornou mais difícil incorporar quantidades crescentes de oferta de energia renovável à rede.

(Reportagem de Colleen Howe)