Guillen diz que mercado parece ver cenário menos incerto, mas que para BC incerteza ainda é alta e impõe cautela
Guillen diz que mercado parece ver cenário menos incerto, mas que para BC incerteza ainda é alta e impõe cautela
Reuters
26/09/2025
Atualizada em 26/09/2025
BRASÍLIA (Reuters) - O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse nesta sexta-feira que indicadores analisados pela autarquia na decisão de juros deste mês indicaram que o mercado via um cenário menos incerto, mas a autoridade monetária segue acreditando que o nível de incerteza é alto.
Em evento virtual promovido pelo Citi, Guillen mencionou fatores relacionados a governança, agenda fiscal e política tarifária.
'Quando estávamos nas apresentações para o Copom, vimos que muitos dos indicadores de incerteza dos mercados retornaram, e dissemos 'olha, talvez os mercados estejam pensando que a incerteza diminuiu, mas ainda achamos que ela está alta'', afirmou.
'Ainda achamos que há muitos riscos estruturais relacionados à governança, ao aspecto fiscal, ao impacto das tarifas... Nós devemos permanecer cautelosos por causa dessas incertezas'.
Para o diretor, essa incerteza tem possíveis impactos em inflação e crescimento, com maior probabilidade que o usual de ocorrência de cenários extremos.
No evento, ele afirmou que a reação da política monetária não mudou e que o BC toma suas decisões olhando para um conjunto de fatores como projeções de inflação, expectativas de mercado e ociosidade da economia, e não para apenas um aspecto.
Em relação à indicação do BC de que pretende manter a Selic inalterada em 15% por período bastante prolongado para levar a inflação à meta, Guillen disse que esse apontamento não é baseado em um horizonte específico e não é rígido.
Ele ainda afirmou que o cenário está se desenrolando como o esperado na transmissão da política monetária, apontando que indicadores sugerem uma continuidade, no terceiro trimestre, da tendência de moderação do crescimento econômico, mesmo com sinais mistos.
O diretor também disse que o mercado de crédito ficou mais apertado nos meses recentes, com famílias e empresas pagando mais do que contraindo crédito.
(Por Bernardo Caram)
Reuters


