Declínio de campos maduros de petróleo e gás está se acelerando no mundo, diz IEA
Declínio de campos maduros de petróleo e gás está se acelerando no mundo, diz IEA
Reuters
16/09/2025
Por Seher Dareen
LONDRES (Reuters) - O declínio de campos maduros de petróleo e gás está se acelerando no mundo em meio a uma maior dependência de recursos de xisto e em alto-mar, afirmou a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), esta terça-feira, o que significa que as empresas precisam investir mais apenas para manter a produção estável.
A IEA, que assessora os países industrializados, está sendo criticada pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, por uma recente mudança de foco na política de energia limpa. Um relatório da agência de 2021 afirmou que não deveria haver nenhum investimento em novos projetos de petróleo, gás e carvão se o mundo levasse a sério o cumprimento das metas climáticas.
O relatório de terça-feira adverte que, sem o investimento contínuo nos campos existentes, o mundo perderia o equivalente à produção de petróleo combinada do Brasil e da Noruega a cada ano, com implicações para os mercados e a segurança energética.
'Apenas uma pequena parte do investimento em petróleo e gás upstream é usada para atender aos aumentos na demanda, enquanto quase 90% do investimento upstream anual é dedicado a compensar as perdas de fornecimento nos campos existentes', disse o diretor executivo da IEA, Fatih Birol, em um comunicado da AIE.
'As taxas de declínio são o elefante na sala para qualquer discussão sobre as necessidades de investimento em petróleo e gás, e nossa nova análise mostra que elas se aceleraram nos últimos anos.'
Com base em dados de cerca de 15.000 campos de petróleo e gás em todo o mundo, a IEA afirmou que, após atingir o pico de produção, o declínio médio anual da produção foi de 5,6% para os campos de petróleo convencionais e de 6,8% para os campos de gás convencionais.
A interrupção dos investimentos no setor de upstream reduziria o fornecimento de petróleo em 5,5 milhões de barris por dia a cada ano, segundo a AIE, em comparação com pouco menos de 4 milhões de bpd em 2010. A cifra de 5,5 milhões de bpd é aproximadamente igual à produção do Brasil e da Noruega juntos.
O declínio do gás natural aumentou de 180 bcm para 270 bilhões de metros cúbicos por ano, segundo a AIE.
A IEA está em desacordo com o grupo de produtores, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, em relação ao seu relatório de 2021 e às suas previsões, que preveem uma transição energética relativamente rápida e um pico na demanda de petróleo até 2030.
A Opep, em um comunicado na terça-feira, criticou o relatório da IEA, dizendo que a agência não havia mencionado como seu relatório de 2021 e a previsão do pico da demanda de petróleo haviam desencorajado o investimento e contribuído para a incerteza sobre a demanda de longo prazo.
'Em contraste com a reviravolta da IEA sobre essa importante questão, a Opep tem defendido consistentemente investimentos oportunos no setor de petróleo para levar em conta as taxas de declínio e atender à crescente demanda', disse a Opep.
Reuters