Déficit primário do governo central fica abaixo do esperado em agosto com reforço de dividendos
Déficit primário do governo central fica abaixo do esperado em agosto com reforço de dividendos
Reuters
29/09/2025
BRASÍLIA (Reuters) - O governo central registrou um déficit primário de R$ 15,564 bilhões em agosto, informou o Tesouro Nacional nesta segunda-feira, rombo que veio abaixo do esperado pelo mercado e também foi inferior ao saldo negativo do mesmo mês de 2024, com as receitas reforçadas por um salto no recolhimento de dividendos.
Economistas consultados pela Reuters esperavam um déficit de R$20,400 bilhões no mês.
Em agosto do ano passado, o governo central -- composto por Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social -- teve um saldo negativo de R$22,162 bilhões.
O desempenho do mês passado é resultado de receitas líquidas -- que excluem transferências para governos regionais -- de R$174,192 bilhões, com um aumento real de 11,1% frente ao mesmo período de 2024, e despesas totais de R$189,756 bilhões, com alta de 5,3%.
Após a Receita Federal ter informado na semana passada uma queda real das receitas administradas pelo órgão de 1,53% em agosto, o Tesouro reportou uma alta de 4,1%. A diferença, segundo o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, se explica porque a Receita olha para os números brutos, enquanto o Tesouro leva em conta os ajustes de restituições.
'Mas não muda o cenário de cautela em relação ao comportamento de arrecadação', afirmou Ceron em entrevista a jornalistas.
Também determinante para o déficit menor em agosto, a arrecadação de dividendos aumentou 182%, para R$9,828 bilhões, com pagamentos de R$6,8 bilhões do BNDES e de R$1,2 bilhão da Eletrobras.
A alta das despesas totais refletiu um aumento real de 2,9% nos pagamentos de benefícios previdenciários, o equivalente a R$2,2 bilhões, e de 7,6% de pessoal e encargos sociais (R$2,2 bilhões), enquanto as despesas discricionárias saltaram 74,5%, ou R$8,120 bilhões.
Em 12 meses, o resultado primário acumulado foi deficitário em R$26,6 bilhões, o equivalente a 0,25% do PIB.
(Por Victor Borges)
Reuters

