Dólar interrompe sequência de quedas e fecha em alta no Brasil de olho no exterior
Dólar interrompe sequência de quedas e fecha em alta no Brasil de olho no exterior
Reuters
01/07/2025
Atualizada em 01/07/2025
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - Após atingir na véspera a menor cotação desde setembro do ano passado, o dólar fechou a terça-feira em alta ante o real, acompanhando por um lado o avanço da divisa dos EUA também no exterior e por outro o embate entre governo e Congresso sobre o IOF no Brasil.
O dólar à vista interrompeu uma sequência de três sessões em baixa e fechou a terça-feira com alta de 0,48%, aos R$5,4610, depois de ter atingido na segunda-feira o menor valor desde 19 de setembro. No ano, porém, a divisa acumula baixa de 11,62%.
Às 17h04, na B3 o dólar para agosto -- atualmente o mais líquido no Brasil -- subia 0,48%, aos R$5,5005.
Depois de oscilar no território negativo na abertura, o dólar ganhou força no Brasil com alguns agentes aproveitando os preços mais baixos para comprar moeda, em movimento amparado ainda pela cautela em torno da disputa entre governo e Congresso sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A Advocacia-Geral da União (AGU) decidiu ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para defender o decreto do governo que elevou alíquotas do imposto, derrubado pelo Congresso Nacional.
Pela manhã, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou em evento em São Paulo que a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de recorrer ao Supremo é mais jurídica do que econômica ou política. Durigan disse que é normal da democracia o presidente defender suas prerrogativas constitucionais e afirmou que não faltará da parte dele, e da equipe econômica disposição para dialogar com o Congresso.
No mercado de câmbio, além do desconforto com a possibilidade de retorno das alíquotas mais altas, agentes avaliavam que o embate entre governo e Congresso eleva as incertezas.
O viés positivo para o dólar se intensificou no fim da manhã, após o Departamento do Trabalho dos EUA, em sua pesquisa Jolts, informar que as vagas de emprego em aberto -- uma medida da demanda por mão de obra -- subiram em 374.000, para 7,769 milhões, no último dia de maio. Economistas consultados pela Reuters previam 7,30 milhões de vagas.
Os números deram força à leitura de que o Federal Reserve pode não ter tanto espaço para cortar juros no curto prazo, o que impulsionou o dólar ante várias outras divisas e os rendimentos dos Treasuries.
Neste cenário, após registrar a cotação mínima de R$5,4204 (-0,27%) às 9h06, logo depois da abertura, o dólar à vista atingiu a máxima de R$5,4712 (+0,67%) às 15h22.
Às 17h14, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,04%, a 96,717.
Reuters