Dólar volta a cair ante o real em sintonia com o exterior
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SÃO PAULO (Reuters) -O dólar fechou a quarta-feira em baixa, em sintonia com o exterior, onde os receios em torno da guerra comercial desencadeada pelos Estados Unidos fizeram a moeda norte-americana ceder ante quase todas as demais divisas.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,43%, aos R$5,8657. Em abril, no entanto, a divisa acumula elevação de 2,78%.
Os receios em torno da guerra tarifária -- em especial entre EUA e China -- influenciaram novamente os negócios nesta quarta-feira, tanto no Brasil quanto no exterior.
“O dólar no Brasil acompanhou o DXY (índice do dólar). Ele ensaiou uma alta mais cedo, mas depois recuou após o DXY derreter”, comentou durante a tarde Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.
Segundo ele, o vai-e-vem da política comercial norte-americana, com o presidente Donald Trump anunciando tarifas para logo depois voltar atrás e negociar, gerou dúvidas quanto à credibilidade dos EUA. Em razão disso, conforme Massote, investidores muitas vezes têm corrido para a proteção de divisas como o euro e o iene -- uma das seis moedas fortes da cesta do DXY.
Neste cenário, às 17h27, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,70%, a 99,383. No mesmo horário, na B3, o dólar para maio -- atualmente o mais líquido no Brasil – cedia 0,18%, aos R$5,5,8795.
O dólar à vista chegou a marcar a máxima de R$59170 (+0,44%) às 10h13, para depois ceder à mínima de R$5,8524 (-0,65%) às 14h27, acompanhando a derrocada do DXY e a baixa da moeda norte-americana ante outras divisas de emergentes, como o peso mexicano e o peso chileno.
O viés de baixa para o dólar em todo mundo continuou inclusive após declarações do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, em evento à tarde do Economic Club of Chicago.
Em seu discurso, Powell afirmou que as tarifas impostas por Trump sobre parceiros comerciais foram maiores até mesmo do que as estimativas mais altas preparadas pelo Fed com antecedência.
Ao mesmo tempo, avaliou que as políticas comerciais de Trump criarão desafios para que o Fed cumpra seus mandatos de emprego e inflação este ano.
'Os efeitos disso provavelmente nos afastarão de nossas metas, de modo que o desemprego provavelmente aumentará com a desaceleração da economia, e a inflação provavelmente aumentará com a entrada das tarifas' na economia, disse Powell.
No Brasil, pela manhã o Banco Central vendeu toda a oferta de 20.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de maio de 2025.
(Edição de Pedro Fonseca e Isabel Versiani)
Escrito por Reuters
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