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Dólar recua em linha com perdas entre emergentes em meio à incerteza comercial

Placeholder - loading - Casa de câmbio no Rio de Janeiro 24/09/2015.   REUTERS/Sergio Moraes
Casa de câmbio no Rio de Janeiro 24/09/2015. REUTERS/Sergio Moraes

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Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar à vista recuava ante o real nesta sexta-feira, devolvendo os ganhos da véspera, à medida que os investidores faziam reajustes nas posições e aproveitavam o apetite por risco nos mercados globais, apesar da nova escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

Às 10h04, o dólar à vista caía 0,68%, a R$5,8588 na venda. Na semana, a moeda acumula alta de 0,35%

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,80%, a R$5,852 na venda.

Os ganhos do real ocorriam na esteira dos avanços de seus pares frente à divisa dos EUA, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno, que se beneficiavam das altas dos preços de commodities no exterior, como o minério de ferro.

Investidores também pareciam motivados a buscar ativos mais arriscados diante dos ganhos em mercados acionários, com avanços na Ásia e em futuros de Wall Street, repercutindo balanços fortes por parte de grandes bancos norte-americanos nesta sexta.

Após as fortes perdas entre emergentes na véspera, os agentes financeiros ainda aproveitavam para realizar lucros e ajustar suas posições ao fim de uma semana de extrema volatilidade em meio à incerteza comercial no exterior.

No Brasil, o dólar à vista havia fechado em alta de 0,89% na véspera, a R$5,8990.

'Estamos então seguindo em linha com o exterior. Futuros em Wall Street se recuperando, que foi o que derrubou a gente ontem. Então, natural esse ajuste', disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

O movimento da sessão ocorria apesar de nova escalada na guerra comercial entre EUA e China, que vinha deixando os investidores mais receosos ao risco em países emergentes ao longo da semana.

Mais cedo, a China aumentou suas tarifas sobre as importações de produtos dos EUA para 125%, revidando a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de aumentar as tarifas para a segunda maior economia do mundo a 145%.

O anúncio de Trump veio em resposta à imposição por Pequim de tarifa de 84% sobre as mercadorias dos EUA, quando a China retaliou uma imposição de tarifa anterior feita pelos EUA.

Na semana passada, Trump disse que colocaria taxa de 54% sobre o país asiático, levando a China a anunciar uma tarifa de 34% sobre os produtos norte-americanos. Em seguida, os EUA impuseram taxa de 104% sobre os produtos chineses, provocando a tarifa retaliatória de 84%.

Segundo Eduardo Moutinho, analista de mercado do Ebury Bank, as tensões comerciais também podem estar contribuindo para o enfraquecimento do dólar e de outros ativos dos EUA, como os Treasuries, uma vez que cresce a percepção de que a maior economia do mundo será prejudicada pela disputa.

'A narrativa de 'vender tudo dos EUA' estava viva e ativa nos mercados. Em períodos normais de estresse, os ativos dos EUA se saíram bem. Isso virou de cabeça para baixo desde a semana passada, com os investidores parecendo perder a confiança na posição dos EUA como o pilar do excepcionalismo', afirmou Moutinho.

Analistam temem que a disputa comercial com a China possa reacender a inflação nos EUA e provocar uma recessão econômica devido à dependência de muitas empresas norte-americanas em relação às importações vindas da China.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 1,08%, a 99,437.

Na cena doméstica, o dia era marcado pela divulgação de dados econômicos.

A atividade econômica brasileira cresceu mais do que o esperado em fevereiro com impulso do setor agropecuário, mesmo em meio ao ciclo de aperto de juros e às expectativas de desaceleração da economia, de acordo com dados do Banco Central.

Já o IBGE informou que o IPCA de março desacelerou em linha com o esperado em relação ao mês anterior, com a inflação atingindo o patamar de 5,48% em 12 meses.

(Edição de Eduardo Simões)

Escrito por Reuters

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