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Dólar sobe na contramão do exterior com decisão do governo de defender IOF no STF

Dólar sobe na contramão do exterior com decisão do governo de defender IOF no STF

Reuters

01/07/2025

Placeholder - loading - Notas de real e dólar 18/12/2024 REUTERS/Amanda Perobelli
Notas de real e dólar 18/12/2024 REUTERS/Amanda Perobelli

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista subia ante o real nesta terça-feira, na contramão do exterior e um dia depois de fechar o semestre no menor valor do ano, conforme os investidores avaliavam o embate político e jurídico do governo com o Congresso em torno da cobrança do IOF, com as negociações comerciais dos Estados Unidos também em foco.

Às 11h15, o dólar à vista subia 0,36%, a R$5,4545 na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,23%, a R$5,486 na venda.

Na segunda-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,88%, a R$5,4350, no menor valor de fechamento desde 19 de setembro do ano passado.

Os movimentos do real nesta sessão tinham como pano de fundo o anúncio da Advocacia-Geral da União (AGU) de que irá ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para defender o decreto do governo que elevou alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e foi derrubado pelo Congresso na semana passada.

'A avaliação técnica dos nossos advogados, e que foi submetida ao senhor presidente da República, foi que a medida adotada pelo Congresso Nacional acabou por violar o princípio da separação de Poderes', disse o advogado-geral da União, Jorge Messias.

Segundo analistas, a reação negativa do mercado nacional se dá tanto pelo conteúdo do decreto do IOF, que já vinha gerando insatisfação entre os investidores, quanto pela perspectiva de embate institucional entre Executivo e Legislativo, o que gera incerteza para o cenário político do país.

'O que atrapalha o desempenho do real é o próprio Brasil. O contexto político e fiscal de Brasília continua trazendo dor de cabeça', disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

'Isso traz volatilidade para os ativos brasileiros, traz volatilidade para o câmbio', completou.

No exterior, o cenário era de fraqueza para o dólar, conforme os mercados navegam pelas incertezas geradas com a aproximação do prazo de 9 de julho para que parceiros dos EUA fechem acordos a fim de evitar tarifas mais altas.

Os receios quanto às disputas comerciais têm provocado nos últimos meses um movimento de fuga dos ativos dos EUA, incluindo o dólar, levando a divisa a recuar tanto frente a pares fortes, como o euro e o iene, e emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.

A percepção de analistas é de que, apesar das ameaças tarifárias partirem do presidente dos EUA, Donald Trump, a maior economia do mundo é que será mais prejudicada pelas altas taxas de importação sobre produtos de diversos países.

Em outro fator de pressão para o dólar, os investidores também têm fomentado suas apostas em cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve neste ano, na esteira de dados de inflação moderados e números fracos para a atividade econômica, como a contração de 0,5% no PIB dos EUA para o primeiro trimestre.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,14%, a 96,626.

Ao longo da semana, o foco dos mercados estará em torno de dados econômicos, com destaque para o relatório de emprego de junho dos EUA na quinta-feira, que pode fornecer novos sinais sobre a trajetória da taxa de juros do Fed.

Reuters

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