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Eleitores venezuelanos rejeitam jurisdição da Corte Internacional em disputa com Guiana

Placeholder - loading - Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acena para apoiadores durante referendo sobre disputa territorial com Guiana 03/12/2023 REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acena para apoiadores durante referendo sobre disputa territorial com Guiana 03/12/2023 REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria

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Por Deisy Buitrago

CARACAS/GEORGETOWN (Reuters) - Os eleitores da Venezuela rejeitaram a jurisdição da Corte Internacional de Justiça (CIJ) sobre a disputa territorial do país com a Guiana e apoiaram a criação de um novo Estado na região de Esequibo, potencialmente rica em petróleo, em um referendo realizado no domingo.

A corte proibiu na sexta-feira a Venezuela de tomar qualquer medida que altere o status quo na área, que é objeto de um processo ativo perante a CIJ, mas o governo do presidente Nicolás Maduro prosseguiu com um referendo 'consultivo' de cinco questões.

Todas as questões foram aprovadas com mais de 95% de apoio, de acordo com o presidente da autoridade eleitoral, Elvis Amoroso, que disse que pelo menos 10,5 milhões de votos foram dados para o 'sim', mas não confirmou o número de eleitores.

Alguns analistas políticos e de segurança consideraram o referendo uma demonstração de força de Maduro e um teste de apoio ao seu governo antes da planejada eleição presidencial de 2024.

A corte afirmou em abril que tinha jurisdição, embora uma decisão final sobre o assunto possa demorar anos. A Venezuela disse que a questão deveria ser resolvida pelos dois países.

Maduro comemorou o 'sucesso total' da votação no final do domingo.

'O povo venezuelano se manifestou em alto e bom som', disse ele a uma multidão que o aplaudia.

O que está em questão é uma região de 160.000 quilômetros quadrados, em sua maior parte composta por uma selva densa. A Venezuela reativou sua reivindicação sobre o território nos últimos anos após a descoberta de petróleo e gás offshore.

'O objetivo do governo (de Maduro) é enviar uma mensagem de força à Guiana', disse o professor de política da Universidade Central da Venezuela Ricardo Sucre, acrescentando que Maduro também está pensando em possíveis desenvolvimentos de petróleo e gás.

A fronteira marítima entre os dois países também está em disputa.

Não houve campanha organizada contra o referendo e analistas esperavam que os eleitores que se opusessem a ele ficassem em casa.

Há mais de 20 milhões de eleitores na Venezuela. Testemunhas da Reuters visitaram centros de votação em todo o país -- muitos tinham poucas ou nenhuma pessoa esperando na fila.

Em Maracaibo, no Estado de Zulia, rico em petróleo, os mesários disseram à Reuters que o comparecimento às urnas foi baixo.

'Temos que votar pela defesa de nossa nação porque Esequibo nos pertence e não podemos deixá-lo para os gringos', disse a aposentada Carmen Pereira, de 80 anos, em um centro de votação em Caracas.

As autoridades estenderam a votação por duas horas.

'O governo está realizando o referendo por razões internas', disse Benigno Alarcón, diretor do Centro de Estudos Políticos da Universidade Católica Andrés Bello, em Caracas. 'Ele precisa testar sua máquina eleitoral.'

A votação de domingo causou ansiedade na Guiana, com o governo pedindo aos cidadãos que mantenham a calma.

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, participou de um comício no domingo, juntando-se a centenas de apoiadores. Ele disse que a decisão da CIJ na sexta-feira proíbe a Venezuela de 'anexar ou invadir o território guianense'.

O Brasil disse na quarta-feira que havia intensificado 'ações defensivas' ao longo de sua fronteira norte em meio à disputa territorial.

(Reportagem de Deisy Buitrago, Vivian Sequera e Mayela Armas em Caracas; Mariela Nava em Maracaibo; Mircely Guanipa em Maracay; Tibisay Romero em Valencia; e Kiana Wilburg em Georgetown)

Escrito por Reuters

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