Em protesto contra superlotação, Louvre fecha as portas
Museu atrasou em mais de 5 horas a abertura nesta segunda-feira (16)
Redação
17/06/2025
O Museu do Louvre, em Paris, que deveria ter aberto as portas às 9h nesta segunda-feira (16), começou a receber o público só por volta das 14h30, de acordo com informações da Agence France-Presse (AFP), publicadas pelo jornal Le Monde.
A razão do atraso teria sido um “movimento social espontâneo de funcionários” contra o turismo excessivo e a deterioração das condições de trabalho.
Nas redes sociais, visitantes lamentaram as longas filas e a falta de comunicação. “É muito triste não termos conseguido ver o Louvre na nossa única visita a Paris”, disse uma turista no Instagram. “5 horas de espera com 0 informações”, escreveu outra.
O museu não abre às terças-feiras, mas deve retomar o funcionamento normal amanhã. Os turistas que compraram ingresso para ontem poderão reutilizá-lo.
Renascimento
No início deste ano, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou o “novo renascimento” do Louvre. “O maior museu do mundo vive um fim de ciclo”, disse ele.
O projeto prevê uma sala exclusiva para o quadro de Mona Lisa, do italiano Leonardo da Vinci, com um acesso independente. O plano também inclui a construção de uma nova entrada até 2031.
De acordo com Macron, as obras serão financiadas com recursos próprios do Louvre, sem onerar o contribuinte francês. O líder defendeu que os turistas de fora da União Europeia paguem mais para visitar o museu a partir de 2026. Atualmente, o ingresso custa 22 euros (cerca de 135 reais).
Alerta
Em uma nota enviada à ministra da Cultura francesa, Rachida Dati, a diretora do Louvre, Laurence des Cars, alertou para o mau estado do lugar e para a necessidade de uma restauração.
O documento, datado de 13 de janeiro e tornado público pelo jornal Le Parisien, menciona “danos em espaços muito deteriorados”, além de “oscilações de temperatura que colocam em risco a conservação das obras”.
O ponto turístico parisiense recebeu 8,7 milhões de visitantes em 2024. Os estrangeiros representaram 77% do público.
A historiadora Des Cars, que está na direção desde 2021, é a primeira mulher no cargo desde a fundação do museu, em 1793.
Redação