Embaixadora dos EUA na Ucrânia renuncia, diz Departamento de Estado
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Por Erin Banco e Humeyra Pamuk
NOVA YORK/WASHINGTON (Reuters) - A embaixadora dos EUA na Ucrânia, Bridget Brink, está se afastando de seu cargo, disse um porta-voz do Departamento de Estado nesta quinta-feira, em uma atitude que traz nova incerteza para o relacionamento entre Washington e Kiev.
A Reuters informou anteriormente que Brink estava considerando renunciar e deixar o serviço exterior, de acordo com uma autoridade dos EUA e duas outras pessoas familiarizadas com o assunto.
'A embaixadora Brink está se demitindo. Ela foi embaixadora lá por três anos -- é muito tempo em uma zona de guerra', disse um porta-voz do Departamento de Estado em resposta por e-mail.
Brink foi indicada para o cargo pelo ex-presidente Joe Biden e atua como embaixadora em Kiev desde maio de 2022. Ela está saindo por conta própria, disseram as fontes.
Brink é uma das diplomatas de carreira de mais alto escalão a deixar o Departamento de Estado desde que Donald Trump assumiu a Presidência, em 20 de janeiro. Ela se junta a outros funcionários veteranos que estão saindo, com décadas de experiência, como o terceiro funcionário da agência, John Bass, que se afastou em janeiro.
Sua saída ocorre no momento em que o governo Trump tenta negociar um acordo entre Ucrânia e Rússia para encerrar a guerra que começou com a invasão russa em grande escala, em 2022. Washington tentou implementar dois acordos de cessar-fogo limitados nas últimas semanas -- um para infraestrutura energética e um no Mar Negro --, mas ambos fracassaram.
Não está claro quem assumirá o cargo de embaixador dos EUA na Ucrânia. A autoridade norte-americana e outra pessoa familiarizada com o assunto disseram que Chris Smith, subsecretário adjunto para a Europa Oriental e Assuntos Políticos e Regionais no Escritório de Assuntos Europeus e Eurasiáticos, está sendo considerado. Smith atuou anteriormente como subchefe de missão na embaixada dos EUA em Kiev, de 2022 a 2023.
Brink, que supervisionou a transição entre dois governos com políticas muito diferentes na Ucrânia, foi recentemente criticada por sua resposta a um ataque russo que atingiu um parque infantil na cidade natal do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, Kryvyi Rih, matando 11 adultos e nove crianças.
Na plataforma de mídia social X, Brink postou sobre o ataque, mas não mencionou a Rússia.
Zelenskiy criticou a embaixada dos EUA, dizendo no X que sua resposta foi 'surpreendentemente decepcionante'.
“Um país tão forte, um povo tão forte, e ainda assim uma reação tão fraca”, disse Zelenskiy. “Eles têm medo até de dizer a palavra 'russo' quando se referem ao míssil que assassinou crianças.”
Não houve nenhuma indicação de que esse episódio tenha sido um fator para a saída de Brink.
Embora os indicados políticos normalmente apresentem suas renúncias quando um novo presidente assume o cargo, a maioria dos oficiais de carreira do serviço exterior continua de uma administração para outra, mesmo que o presidente eleito tenha o direito de empossar novos oficiais nessas posições.
Fontes disseram que Brink provavelmente sairá nas próximas semanas.
(Reportagem de Erin Banco e Humeyra Pamuk)
Escrito por Reuters
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