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Entre a Criatividade e Polêmica: IA Ganha Novas Fronteiras com UMG e SoundLabs

A Universal Music Group fez uma parceria com a empresa SoundLabs que possibilita que artistas empreguem modelos vocais desenvolvidos com IA

Maria Augusta Messias

26/06/2024

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A Universal Music Group (UMG), líder mundial em entretenimento baseado em música, divulgou uma colaboração com uma startup de tecnologia musical baseada em Inteligência Artificial chamada SoundLabs na terça-feira, a fim de empregar este acordo para disponibilizar tecnologia de modelos de voz de IA para seus artistas nos próximos meses.

Os músicos e produtores da UMG terão acesso ao novo recurso do SoundLabs, denominado Mic Drop, a partir do final deste verão. Segundo informações mencionadas no anúncio das empresas, a plataforma permitirá que os artistas criem seus próprios modelos de voz utilizando os dados fornecidos. O SoundLabs proporciona aos artistas controle sobre a propriedade e a utilização dos modelos de voz, destacaram as empresas, e esses clones de voz não estarão acessíveis ao público em geral.

A função do MicDrop será não apenas replicar uma voz, mas também incluir uma funcionalidade que a transforma em instrumento, semelhante às funções que permitem que teclados imitem sons de guitarra ou bateria. A empresa também mencionou que o MicDrop facilitará a transposição de idiomas, o que poderia auxiliar artistas a lançarem suas músicas internacionalmente sem enfrentar obstáculos linguísticos.


“O objetivo do SoundLabs é colocar novas e poderosas ferramentas de composição ao alcance dos artistas, ao mesmo tempo que apoia o gerenciamento adequado de sua propriedade intelectual. A SoundLabs foi fundada com um respeito fundamental pelos direitos de propriedade intelectual e está focada em ajudar os artistas a manter o controle criativo sobre seus dados e modelos.”

Ética na IA

O acordo entre as duas empresas tem um caráter otimista e parece revolucionário, mas há algumas questões delicadas que precisam ser minuciosamente analisadas porque as consequências são graves. Aqui, o objetivo é que a tecnologia seja usada a serviço da arte, e não o contrário.

O ponto é que esses avanços estabelecem precedentes inéditos, influenciando tanto a produção atual quanto a futura. Uma das possibilidades mais assustadoras inclui assegurar gravações de artistas mesmo após seu falecimento, modificando profundamente o legado que eles irão deixar.

Além disso, os clones de voz de IA tornaram-se, possivelmente, a aplicação mais famosa – e frequentemente mais polêmica – de inteligência artificial no universo musical. Músicas virais que utilizam vocais de IA impulsionaram a criação e discussão de legislações para salvaguardar as representações virtuais e os direitos de imagem dos artistas.

Outra questão essencial é a transparência e o viés nos algoritmos. Considerando que os sistemas de IA são desenvolvidos a partir de extensos bancos de dados, existe o perigo de reforçar estereótipos e preconceitos presentes na sociedade. É crucial assegurar que esses algoritmos sejam transparentes, passíveis de auditoria e isentos de vieses discriminatórios, evitando que a IA contribua para a exclusão de certos grupos musicais ou estilos.

Em abril deste ano, mais de 200 artistas notáveis assinaram uma carta aberta solicitando defesa contra o que denominaram de exploração predatória da inteligência artificial (IA). Entre os signatários estão nomes como Stevie Wonder, Billie Eilish, Pearl Jam, R.E.M., J Balvin, Katy Perry, Sam Smith e Jon Bon Jovi, além dos descendentes de Frank Sinatra e Bob Marley, entre outros.

O conjunto de músicos não é exatamente contrário à IA; a carta afirma que a tecnologia possui um grande potencial para impulsionar a criatividade humana. No entanto, o documento também ressalta que o uso imprudente da tecnologia representa uma "ameaça enorme" à "nossa habilidade de proteger nossas privacidade, identidades, músicas e meios de subsistência".




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